A visita do Presidente de Angola a Portugal decorre numa altura de grande tensão com o antecessor, José Eduardo dos Santos. João Lourenço recusou falar de política interna durante a visita, mas quando questionado sobre o combate à corrupção disse que está a fazer de tudo para eliminar os ninhos de vespa da sociedade angolana.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa recebeu hoje o homólogo angolano e a mulher junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Esta é a primeira visita oficial de João Lourenço a Portugal.
Além do Presidente angolano e da primeira-dama Ana Dias Lourenço, a comitiva angolana conta ainda com vários ministros, como das Relações Exteriores, das Finanças, do Interior, das Obras Públicas e da Cultura, entre outros membros do Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa e João Lourenço começaram por passar revista às tropas em parada, formadas na Praça da Império e, conforme o protocolo, o chefe de Estado angolano e a primeira-dama depositaram uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, no interior do mosteiro.
À tarde, na sessão solene na Assembleia da República, João Lourenço apelou à necessidade de moralização da sociedade angolana e reafirmou o seu empenho no combate à corrupção que classificou como «um cancro que corrói os alicerces da sociedade».
O Presidente angolano afirmou que elegeu duas frentes de batalha para garantir o êxito do seu programa de governação: o combate à corrupção e a diversificação da economia.
João Lourenço considerou que este é o momento indicado para «enfrentar novos desafios», numa Angola que «vive há 16 anos consecutivos uma situação de paz efetiva, duradoura e irreversível» e que já deu início ao processo de reconstrução de infraestruturas.
O chefe do Estado adiantou que esta «nova Angola de transparência» encara Portugal como «um parceiro importante» face à «relação sólida e duradoura» que os dois países mantêm e que «precisa de ser reiterada e alimentada com gestos e atitudes de ambas as partes».
Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, disse que falar do relacionamento luso-angolano «é falar do relacionamento entre as pessoas» e lembrou o «contributo relevante» para o progresso e desenvolvimento de Angola dos 135 mil portugueses que ali residem e trabalham.
Da mesma forma, os 17 mil angolanos que estudam e trabalham em Portugal «enriquecem o nosso tecido social e cultural», realçou Ferro Rodrigues que saudou por fim «a coragem e determinação» do Presidente João Lourenço em afirmar em Angola um Estado democrático de direito.
O Presidente angolano terminou o primeiro dia da visita na Câmara Municipal de Lisboa, onde recebeu a chave da cidade, entregue pelas mãos do presidente da autarquia, Fernando Medina.
Foto em destaque ©Global Imagens
































