O primeiro-ministro acusou o anterior Governo de ter aprovado resoluções “sem cabimentação orçamental” e assegurou que, apesar do défice do primeiro trimestre, “o Governo vai gerir a situação”.
“É verdade, a situação financeira de Portugal não é exatamente aquela que se andou para aí a espalhar nos últimos meses. É verdade que, no fim do 1.º trimestre deste ano, temos um défice das contas públicas, mas garanto-vos que não vamos ter no final do ano”, afirmou Luís Montenegro, durante o 175.º aniversário da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos.
Relativamente às contas públicas, o primeiro-ministro acusou o anterior Governo socialista de ter tomado decisões “de forma muito apressada”.
“É verdade que o governo que antecedeu este, tomou várias decisões, entre as quais 116 resoluções do Conselho de Ministros, 43 das quais sem ter cabimentação orçamental, num volume de cerca de 1.200 milhões de euros, isso é tudo verdade, mas também não vou dramatizar a situação, não vou escondê-la, porque é minha intenção não esconder nada, mas não vou dizer que estou assustado”, referiu.
Aos vários empresários reunidos no Terminal de Leixões, Luís Montenegro assegurou que o Governo “vai gerir a situação”, apesar das imprevisibilidades da Assembleia da República.
“O Governo está a cumprir o seu programa, vai cumprir o seu programa, tem todas as condições para cumprir o seu programa e não são estas pequenas coisas que nos vão atrapalhar, elas existem, não podem ser ignoradas, mas não são o mais importante”, afirmou, assegurando que o Governo “tem todas as condições para proceder com a legislatura quatro anos e meio”.
Enaltecendo os 175 anos da AEP, Montenegro destacou também a necessidade de o país aproveitar os fundos comunitários, sobretudo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), defendendo que o país não deve ter “mais uma vez uma oportunidade perdida”.
Também presente no jantar comemorativo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou o papel da AEP e entregou as insígnias de membro honorário da Ordem Militar de Cristo, “título histórico” à medida da história da associação.