Um youtuber convidado a visitar o Parlamento sob a alçada do partido Iniciativa Liberal (IL) está a gerar polémica nas redes sociais. Isto porque, nas imagens que publicou na plataforma Youtube, mostra-se a discursar no púlpito, onde remata com um insulto dirigido ao primeiro-ministro, António Costa. Em resposta ao Notícias ao Minuto, o partido repudiou as ações do influencer, lamentando ainda “o embaraço causado à Assembleia da República”.
Tiago Paiva, que conta com cerca de 142 mil seguidores no Youtube, conheceu o dia a dia da Assembleia da República ‘à boleia’ de Bernardo Blanco, deputado da Iniciativa Liberal. No vídeo publicado no dia 30 de abril, o influencer simulou um discurso sobre o alojamento local, que culminou com “e ó Costa, vai pó c******”.
Depois de a IL ter criticado o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, pela forma como se referiu ao partido após a sessão de boas-vindas ao presidente brasileiro, Lula da Silva, o deputado do Partido Socialista José Carlos Barbosa classificou o episódio como “inacreditável”.
“A IL convida um YouTuber que sobe ao púlpito da Assembleia da República e termina o discurso com um insulto inaceitável ao primeiro-ministro! Onde está a responsabilidade política? Será que a direção da IL vai considerar isto uma inovação na política?”, escreveu, na rede social Twitter.
Em declarações o partido esclareceu que, “na passada semana, dois dos mais conhecidos youtubers do país, Tiago Paiva e Windoh, estiveram na Assembleia da República a convite da IL”, de modo a “mostrar o Parlamento e o seu funcionamento a mais pessoas da sociedade que não acompanham a atualidade política, mas são seguidores destes criadores de conteúdos”.
“Os dois convidados fizeram dois longos vídeos em que mostram o funcionamento do Parlamento num registo mais informal, procurando aproximar os mais jovens da atividade política. Infelizmente, num dos vídeos, Tiago Paiva utilizou uma expressão imprópria dirigindo-se ao primeiro-ministro, António Costa”, salientou a missiva, ressalvando que, “não podendo a IL condicionar a liberdade de expressão de qualquer cidadão, a opinião política de quem quer que seja e não tendo qualquer intervenção na edição daquele vídeo, é evidente que a IL não se revê de forma alguma na linguagem adotada e que a repudia, lamentando o embaraço causado à Assembleia da República”.