“Natal é quando um Homem quiser”. No que toca às comunidades portuguesas por todo o mundo, ligeiras alterações a este chavão tornam-no tão ou mais adequado a esta época festiva: “Natal à portuguesa é onde um português quiser”, seja noutro ponto da Europa, África, América do Norte ou em qualquer outro continente…
Victor Barros fez, este ano, as malas em Santarém, onde trabalhava como personal trainer num ginásio local, para partir para a segunda cidade no mundo onde há mais portugueses: Paris. Pelo que tem podido observar, o ambiente que se vive é semelhante ao que estava habituado: “As ruas ficam cheias de luzes e enfeites, nas lojas entoam os cânticos de Natal e são decoradas com todo o tipo de adereços alusivos à época”. Até aqui, nada de novo.
Como tem oportunidade de se deslocar a Portugal para passar os dias 24 e 25 com a família, há um sentimento novo que cresce no jovem de 30 anos: “Noto uma ansiedade maior para regressar a casa, ver a família, sentir o calor do abraço da mãe, a palmada nas costas do pai”. No futuro, não descarta que sejam os familiares a viajar a Paris por esta altura, porque “o importante é passá-la juntos”. Mas enquanto puder escolher, prefere que “seja em Portugal”.
Uma das pessoas a quem Victor poderá desejar pessoalmente “Boas Festas” é o seu amigo Pedro Ramos, que apesar de viver e trabalhar na Argélia, também vai viajar para Portugal. Numa cidade muçulmana como é Argel, o período natalício é logicamente diferente do de Lisboa ou Paris: “Não se encontra qualquer registo natalício na rua ou nos centros comerciais, não há campanhas de marketing nem publicidade que indiciem que está a chegar, apenas duas ou três lojas, numa cidade de quatro milhões de habitantes, que vendem artigos natalícios a estrangeiros”.
No segundo mês de dezembro que passa em Argel, o português de 29 anos vai “comprar uma árvore de Natal e preencher a casa com um ambiente mais aproximado daquele que vivo em Portugal”. Quando sobrevoar o Mediterrâneo para a celebração com a família vai “levar tâmaras, que embora também se vendam em Portugal, aqui são muito mais baratas e é um produto de excelência da Argélia”.
Com o Oceano Atlântico a separá-la de solo português, Isabelle Coelho-Marques celebra o Natal em Nova Iorque, onde reside com a sua família. Apesar da distância, “à mesa não faltam o bacalhau, o azeite, o bolo-rei e todos os doces característicos”. Conta que “muitas das pessoas da comunidade luso-americana do estado de Nova Iorque deslocam-se ao estado de New Jersey, a Newark, para fazer as compras para um Natal à portuguesa, porque lá a oferta de produtos portugueses é extensa”.
Tal como Victor e Pedro, Isabelle aproveita para “desejar um feliz Natal a toda a comunidade portuguesa pelo mundo e um novo ano com muita felicidade, sucesso e sobretudo saúde”.