Única maneira de não haver Brexit sem acordo logo a 12 de abril é o governo britânico pedir uma extensão longa do artigo 50, mas a UE já tinha avisado que haverá implicações.
Na data originalmente marcada para o “adeus” oficial do Reino Unido à União Europeia, os deputados britânicos rejeitaram pela terceira vez o acordo negociado pela primeira-ministra Theresa May, com a Comissão Europeia. Com 286 votos a favor e 344 contra, a Câmara dos Comuns impôs nova derrota ao governo, que agora terá duas semanas para evitar o caos de uma saída sem regras de transição. Três anos depois de o Brexit ter sido aprovado em consulta popular, por 52% a 48% dos votos, o impasse deixa o Reino Unido com poucas alternativas para evitar uma rutura abrupta com a União Europeia, da qual faz parte desde 1975.
Esta nova votação referia-se apenas ao texto que detalha os termos do divórcio (o acordo de saída) e não àquele onde estão inscritos os supostos termos da futura relação comercial do país com a União Europeia (a chamada declaração política). Nem isso nem o facto de Theresa May ter garantido que se demite se for aprovado o acordo chegou para ultrapassar o impasse.
«Penso que estamos a chegar ao limite da discussão nesta câmara. Esta câmara rejeitou uma saída sem acordo, rejeitou suspender o Brexit, na quarta-feira rejeitou todas as alternativas possíveis e esta sexta rejeitou o acordo de saída e parece ir continuar neste caminho. Este Governo vai continuar a tentar um acordo para o Brexit, respeitando o resultado do referendo», afirmou May, logo após a votação.
Logo de seguida, o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, pediu eleições.
«A câmara foi clara, este acordo tem de mudar. Tem de haver uma alternativa. E se a primeira-ministra não aceita isso, tem de sair. Não numa data a definir mas agora, para podermos decidir o futuro deste país em eleições».
Na sequência desta rejeição, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, convocou um Conselho Europeu extraordinário para o dia 10 de abril, dois dias antes da data final estipulada para o Brexit, caso não houvesse acordo aprovado, tal como se verificou.
































