Paulo Portas voltou a criticar a atuação do Governo no que diz respeito ao combate da pandemia no país. O antigo presidente do CDS acusou ainda o primeiro-ministro de minar a credibilidade das novas medidas restritivas ao permitir a realização do Congresso do PCP.
Paulo Portas, ex-dirigente do CDS, deixou, mais uma vez, severas críticas à forma como o Governo liderado por António Costa tem gerido a nova vaga da pandemia.
“Ao fim de nove meses, o Estado português não faz a mais pequena ideia de quais são os centros de contágio. Não sabe se é na escola, se é o transporte público, se é o trabalho, se é a família, se é o comércio, não faz a mais pequena ideia”, argumentou o antigo ministro, este domingo, no seu espaço habitual de comentário, na TVI.
Ainda assim, Paulo Portas mostrou-se a favor da renovação do Estado de Emergência, defendendo ser, neste momento, a única forma de travar a propagação da Covid-19 no país. Contudo, o ex-dirigente voltou a considerar que falta planeamento na estratégia de combate à crise sanitária.
“Eu sou a favor do Estado de Emergência. (…) Não vejo como é possível quebrar a cadeia de contágios sem ter Estado de Emergência. Mas fico sempre com a sensação de que estamos a correr atrás do prejuízo e de que ficamos sempre a meio da ponte”, justificou.
Sobre as novas medidas, o comentador deixou mais outra crítica ao Governo, acusando o primeiro-ministro de comprometer a “credibilidade das soluções”, ao permitir “exceções”. Para Paulo Portas, num momento em que são exigidas fortes restrições aos cidadãos, a realização do Congresso do PCP poderá passar a mensagem aos portugueses de que a classe política é “uma casta à parte”.
“Se o primeiro-ministro quer ser obedecido tem de perceber que as pessoas não podem ficar com restrições na sua vida profissional, nos seus rendimentos, na sua capacidade de vender e, depois, a política é uma casta à parte”, defendeu.
Classificando de “malabarismo” a justificação apresentada por António Costa para a realização do Congresso do PCP – a evocação de uma lei de 1986 que impede o Governo de proibir eventos partidários -, Paulo Portas denotou ainda que esta proibição está na lei e não na Constituição, tornando-se possível alterar mais facilmente o diploma em causa.


































