O objetivo passou por apoiar os empresários locais afetados pelos incêndios de 17 de junho, uma ajuda que chega em forma de conhecimento.
Em Pedrogão Grande, ontem, a palavra de ordem foi renascer: renascer com otimismo, renascer com ambição.
Face à tragédia do dia 17 de junho, três amigos com raízes na região e em conjunto com Henrique Niessen da incubadora ‘A Ponte’, decidiram contribuir com o seu know-how para o renascer da atividade económica local. Essa ajuda chegou sob a forma de conhecimento, com a organização da conferência ‘Re-Nascer – Depois das Cinzas’.
“Portugal respondeu de forma exemplar ao apelo e ajudou das mais variadas formas. No entanto, estamos convictos de que há um outro nível de apoio muito importante, quase sempre esquecido, mas fundamental para a sustentabilidade do tecido económico-social da região: o apoio aos empresários locais afetados pela tragédia”, referiu Feliciano Roldão, um dos promotores.
Este responsável explicou que os três amigos quiseram ajudar com as suas competências, através da organização desta conferência que teve como lema “prosperar com sustentabilidade depois das cinzas”.
O evento, que decorreu nas instalações da escola tecnológica e profissional da zona do Pinhal, foi dividido em quatro painéis e em cada um deles houve um momento inspiracional. Doze empreendedores estiveram presentes na conferência, com o objetivo de inspirar e envolver os agentes económicos e sociais locais, oferecer formação de elevada qualidade, provocar uma atitude positiva e de inovação e proporcionar ‘networking’.
“Os estudos já estão feitos, agora temos de planear e mudar. Precisamos de muitas associações, precisamos de muita inovação que venha satisfazer as necessidades das pessoas”, referiu Tomás Pereira, presidente da Associação Mutualista Montepio, na sua intervenção no painel de Inovação e Criatividade. E afirmou: “Pedrogão vai renascer, não tenham dúvidas, e vai ser um sítio extramente fantástico de Portugal”.
“A região do Pinhal Interior já passava por grandes dificuldades nos últimos anos e esta tragédia veio agudizar os problemas existentes. Todavia, como a história retrata em inúmeros casos, várias cidades e regiões que foram igualmente devastadas souberam aproveitar o momento para renascer e prosperar com sustentabilidade. Esta conferência pretende ser o elemento catalisador para um virar de página na região”, referiu a organização.
O dia 17 de junho ficou marcado por um dos incêndios mais violentos que Portugal já conheceu. O incêndio de Pedrógão Grande causou 64 mortos, 254 feridos para além de habitações, bens, propriedades e empresas devastadas.