Em comunicado, a PJ informa que o bancário agora detido, de 43 anos, cedia informações bancárias aos outros elementos da rede transnacional que se dedica à lavagem de dinheiro.
As falsas empresas, criadas em Portugal e na Bélgica, eram geridas por ‘testas de ferro’ e estavam todas ligadas à construção civil. As autoridades explicam que estas firmas “não desenvolviam qualquer atividade real, sendo exclusivamente utilizadas para a emissão de faturação falsa, que sustentaria as transferências bancárias recebidas”, num valor total acima de 20 milhões de euros.
O bancário também abria contas para estrangeiros que não residiam em Portugal com documentos falsos, e através dessas contas solicitava créditos bancários. Após aprovação e receber as primeiras tranches do empréstimo, a rede pagava as primeiras mensalidades e depois entrava em incumprimento.
A detenção foi feita pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (UNCC/PJ), no âmbito da “Operação Laranja II”, sendo que o bancário é suspeito dos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, burla qualificada, falsificação de documento e violação de segredo.
O tribunal decretou as medidas de “coação de suspensão do exercício de profissão e de proibição de contactos”.
Há exatamente dois anos, em julho de 2021, a UNCC/PJ levou a cabo a “Operação Laranja”, tendo então realizado mais de duas dezenas de buscas a empresas de Lisboa suspeitas da lavagem de dezenas de milhões de euros provenientes de atividades criminosas.
Tal como agora, as suspeitas envolviam a circulação de dinheiro entre contas bancárias da Bélgica e contas bancárias portuguesas, cujos titulares são cidadãos estrangeiros donos de empresas sem atividade económica conhecida.