O político lusodescendente Jesus Faria pediu ao Presidente norte-americano Donald Trump que o inclua na lista de funcionários do Governo venezuelano sancionados e impedidos de entrar nos Estados Unidos.
“Fiquei de fora, oxalá que me proíbam (de entrar nos EUA). Jamais fui aos Estados Unidos, jamais desejarei ir a esse país. Não tenho contas (nos EUA) e não me sancionaram por qualquer motivo, e eu peço ao Presidente (Donald) Trump que me inclua nessa lista”, disse.
Membro da direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) e também da Assembleia Constituinte, Jesus Faria reagia à decisão do Presidente Donald Trump, divulgada no domingo, de restringir a entrada a membros do Governo do Presidente Nicolás Maduro e a outros venezuelanos.
“Para nós, é uma honra que uma nação que promove guerras, que tem criado desastres, que cometeu as piores tropelias no planeta, nos sancione”, disse ao canal venezuelano de notícias Globovisión.
Segundo Jesus Faria, o Presidente Donald Trump está a “fazer ameaças a todo o planeta”, de uma maneira “absolutamente irracional”.
“É um verdadeiro perigo que os EUA tenham um presidente com semelhante loucura, neste momento”, frisou.
Jesus Faria, que também é economista e foi ministro do Comércio Exterior da Venezuela, é da opinião que “a política norte-americana se tem caraterizado sempre pela agressividade, pela intervenção nos assuntos internos” de outros países, “pelo fomento e a promoção de um conjunto de políticas ingerencistas”.
“E agora foi até ao extremo de, praticamente, nos submeter a uma espécie de bloqueio financeiro, com medidas de sanções ilegais que vão contra todas as normas que regem o direito internacional e a convivência entre nações livres”, disse.
“Qualquer nação recorre ao financiamento externo para poder cobrir as suas necessidades de importações e de cumprimento de obrigações financeiras. A impossibilidade de ir a um processo de reestruturação tem o propósito de asfixiar e golpear duramente a nossa indústria petrolífera que tem uma filial que é Citgo (nos EUA)”, disse.
O Presidente Donald Trump assinou, domingo, um decreto com restrições para a entrada de cidadãos de oito países nos EUA, Chade, Irão, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Síria, Venezuela e o Iémen.
As restrições vão desde a proibição total até condicionantes mais direcionadas e entram em vigor a 18 de outubro.
Em resultado deste decreto, os vistos válidos não serão renovados.
No caso da Venezuela as restrições estão dirigidas a funcionários públicos e familiares diretos, especificamente os relacionados com os ministérios de Relações Interiores e Exteriores, assim como do Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Imigração, do organismo policial Corpo de Investigação Científica, Penal e Criminalísta (CICPC) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos).
































