Portugal prepara um plano de poupança energética que incluirá medidas para limitar o consumo nos edifícios da Administração Pública e uma campanha de sensibilização para famílias e empresas.
Segundo avança a agência EFE, a iniciativa surge no âmbito do programa aprovado pela Comissão Europeia, que estabelece um corte de 15% com exceções baseadas nas necessidades de alguns Estados-membros.
No caso de Espanha e Portugal, castigados por uma grave seca que causado um desabe da produção de energia hídrica, o ajuste limita-se a 7%.
Para cumprir os compromissos, o Governo do socialista António Costa finaliza um projeto que “será apresentado em breve”, segundo fontes do Ministério do Ambiente português.
O Ministério, segundo as fontes citadas, prepara um pacote de medidas que inclui “a limitação do consumo de energia nos edifícios da Administração Pública”, além de “uma campanha de sensibilização geral para reduzir o consumo de energia por empresas e famílias”.
Costa e o preço da luz
A elaboração do plano coincide com a polémica aberta entre o Governo e a Endesa sobre os preços da energia em Portugal.
Costa, à frente de um Governo com maioria absoluta, anunciou esta semana que o Estado não pagará faturas da Endesa sem autorização do secretário de Estado do Ambiente e Energia, João Galamba.
O primeiro-ministro reagiu assim às declarações do presidente da companhia elétrica, Nuno Ribeiro da Silva, que numa entrevista ao “Jornal de Negócios” apontou aumentos de até 40% nas faturas supostamente justificados pelo impacto da chamada “exceção ibérica” para controlar o preço do gás utilizado na produção de energia.
Além disso, Costa à entidade de contratação da Administração pública a analisar a possível procura de outros fornecedores de energia.
Na parrada terça-feira, o primeiro-ministro divulgou no seu perfil no Twitter que o mecanismo ibérico de limitação de gás aprovado por Portugal e Espanha permitiu aos portugueses poupar em média 15,21% no preço da energia.
“Factos são factos. Todos os dias poupamos graças ao mecanismo ibérico”, afirmou Costa.
A controvérsia com a Endesa dividiu os partidos em Portugal, com críticas ao primeiro-ministro desde a direita e apoio entre a esquerda.