A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, defendeu que os portugueses têm de ultrapassar «alguns estereótipos» que existem sobre a emigração que, de forma geral, é «muito bem-sucedida».
Durante a sessão de encerramento do IV Encontro de Investidores da Diáspora, Berta Nunes garantiu que o Governo vai continuar a “política de atração do investimento e a internacionalização do território” e “aumentar a ligação dos empresários de sucesso da diáspora” a Portugal.
“E, por esta via, alterar a visão e a percepção que em Portugal se tem muitas vezes da emigração e perceber que a nossa emigração é, de uma forma geral, muito bem-sucedida e que pode ser muito importante para a imagem de Portugal no mundo”, frisou.
Berta Nunes aludiu aos vários casos de sucesso de empresários que foram apresentados na sexta-feira à tarde, que mostraram que, “muitas vezes, as pessoas que estão na diáspora veem Portugal de uma forma muito mais com o coração” do que quem vive no país.
A ideia, que está plasmada no Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora, é de “incluir todo o Governo no trabalho de ligar Portugal às suas comunidades e de aproveitar o ativo estratégico importantíssimo” que são as comunidades espalhadas pelo mundo.
“Transformar o Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora numa Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora, que vai ser coordenada pela Secretaria de Estado das Comunidades e pela Secretaria de Estado de Valorização do Interior e vai trabalhar efetivamente em rede”, irá “potenciar todo o trabalho que tem vindo a ser feito”, considerou.
Segundo a secretária de Estado, o objetivo é “aprofundar esta política, torná-la transversal e trabalhar em rede, com as câmaras de comércio, os clubes de empresários, as associações, os consulados e as embaixadas”.
“Do lado de cá, e é isso que vai trazer a Secretaria de Estado da Valorização do Interior, é tentarmos trabalhar também com os gabinetes de apoio ao emigrante, com as comunidades intermunicipais e com todo o poder local, no sentido de territorializar o investimento”, frisou.
O diretor-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, Júlio Vilela, disse que “importa manter uma continuidade naquela ação de divulgação, através do trabalho de proximidade que pode e deve ser levado a efeito de forma mais intensa, pelos 157 gabinetes de apoio ao emigrante criados desde 2002”.
Destes, 13 situam-se no território da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, tendo o mais antigo sido constituído em 2002 e o mais recente em 2014.
Segundo Júlio Vilela, “no conjunto destes 13 serviços municipais, particularmente vocacionados para o apoio informativo ao emigrante e que, em 2018, atenderam perto de três mil emigrantes e suas famílias, assiste-se a alguma assimetria de desempenhos”.
Ou seja, varia do “bom nível de trabalho com muitos contatos estabelecidos com munícipes emigrados”, como nos casos de Viseu e Sátão, a “uma maior estagnação de movimentos e atendimento aos emigrantes” nos restantes, acrescentou.
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