Assim, os objetos provenientes da Índia, produzidos a partir de modelos europeus, mas com técnicas e matérias-primas locais para satisfazer, inicialmente, uma clientela eclesiástica e, mais tarde, encomendas das elites nobres e burguesas europeias, manifestam-se aqui nas alfaias litúrgicas, têxteis, ourivesaria, mobiliário, objetos de marfim, cofres, contadores, revelando o simbolismo e a simbiose das duas culturas.
O mesmo se passou no Japão, onde os contactos estabelecidos entre japoneses e os primeiros portugueses, deram origem a uma manifestação artística única conhecida como “arte namban” de que os biombos, contadores, oratórios, capacete e estribos são exemplares eloquentes.
O grande fascínio exercido pelas culturas chinesa e nipónica, desde o século XVI, manteve-se até ao século XIX e inícios do século XX, junto dos intelectuais portugueses Camilo Pessanha e Manuel Teixeira Gomes, que se tornaram figuras de referência na arte de colecionar. Ao recolherem objetos icónicos destas culturas – como pinturas de rolo, álbuns de pintura chinesa, trajes, objetos para letrados, frascos de rapé chineses, netsuke e tsubas japoneses – deixaram um legado notável que, graças à colaboração do Museu Nacional Machado de Castro pode ser visto no Museu do Oriente.
O notável núcleo de porcelanas produzidas na China constitui uma das referências do Museu do Oriente, tornando-o numa das instituições de referência no domínio das artes decorativas.