O Governo britânico acaba com o isolamento para infetados e deixa de disponibilizar testes gratuitos. Boris Johnson diz que país vive transição de medidas obrigatórias para “responsabilidade pessoal”.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira (21/02) a suspensão das últimas medidas ainda vigentes no país para combate à pandemia de covid-19, o que inclui também o fim da exigência de isolamento para infetados.
Segundo Johnson, o país estaria numa fase de transição, das restrições impostas pelo governo para “uma questão de responsabilidade pessoal”. A estratégia seria tratar a covid-19 de forma semelhante às demais doenças transmissíveis, como a gripe.
“Temos agora níveis suficientes de imunidade para completar a transição da proteção da população com intervenções do governo para a confiança nas vacinas e tratamentos como primeira linha de defesa”, disse.
Apesar dos alertas de cientistas de que o fim das restrições poderia enfraquecer a capacidade do país de controlar e rastrear o coronavírus, Johnson confirmou para esta quinta-feira (24) o fim do isolamento obrigatório para os infetados, assim como do rastreamento dos seus contatos.
Os infetados com o coronavírus receberão “recomendações para permanecer em casa”, mas não terão mais direito a ajuda financeira do governo, caso não possam trabalhar.
Medidas diferentes nos países do Reino Unido
A partir de 1º de abril, os testes de PCR feitos em laboratório estarão disponíveis somente para os idosos e portadores de imunodeficiências. Os autotestes rápidos antigénio não serão mais oferecidos pelo governo, devendo ser comprados pela população, como já ocorre em diversos países.
No entanto, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, devem tomar passos diferentes em relação às medidas.
Na Irlanda do Norte, as restrições ainda remanescentes de combate ao coronavírus, como apresentação de certificados de vacinação, uso de máscaras e número-limite para encontros, deixaram de ser obrigatórias nesta terça-feira.
Na Escócia, o uso de máscaras deveria expirar na próxima segunda-feira, mas uma nova lei foi aprovada para estender a medida por mais seis meses.
“Vírus ainda não foi embora”
Maiores de 75 anos poderão receber a quarta dose da vacina contra a covid-19, assim como os mais vulneráveis à doença, acima de 12 anos de idade. O governo aceitará a aplicação da quarta dose na população em geral caso as autoridades de saúde do país assim recomendem.
Londres ressaltou, entretanto, que a pandemia ainda não terminou, e que o vírus Sars-Cov-2 “pode reservar ainda algumas surpresas”, como o surgimento de novas variantes. Para o primeiro-ministro britânico, o facto de a rainha Elizabeth ter contraído o coronavírus no último domingo seria um alerta de que “o vírus ainda não foi embora”.
O Palácio de Buckingham informou que a monarca de 95 anos apresenta sintomas leves, semelhantes a uma gripe, e segue todas as recomendações do governo.