A Santa Casa da Misericórdia de Macau vai enviar 200 mil euros para a União das Misericórdias Portuguesas, com o objetivo de apoiar as vítimas dos incêndios que afetam Portugal.
Numa nota à imprensa, a Santa Casa de Macau manifesta “o mais profundo pesar e consternação pela enorme tragédia que se abateu sobre o concelho de Pedrógão Grande, com o devastador incêndio do passado fim de semana, que causou grande número de vítimas e avultados danos materiais, nas várias localidades atingidas”.
Os 200 mil euros, “destinados ao apoio às vítimas e aos esforços de reabilitação e de auxílio às famílias mais afetadas pelos incêndios”, serão canalizados para a União das Misericórdias Portuguesas, que fará a distribuição consoante as necessidades e gravidade, em todo o país.
Esta iniciativa junta-se à da Casa de Portugal em Macau (CPM) que, na segunda-feira, abriu uma conta solidária para recolher donativos destinados a ajudar as vítimas do incêndio em Pedrógão Grande, que matou 64 pessoas.
“A Casa de Portugal em Macau manifesta o seu profundo pesar pela tragédia que atingiu as populações de Pedrógão Grande e concelhos em redor [e] apresenta sentidas condolências aos familiares das vítimas mortais e formula votos de rápidas melhoras a todos os feridos”, indicou a CPM num ‘post’ publicado na sua página na rede social Facebook, em que anuncia a abertura de uma conta solidária.
“Achamos que era importante porque, apesar da distância, somos parte do país que está a atravessar esta tragédia”, afirmou a presidente da CPM, Amélia António, à agência Lusa, indicando que a iniciativa figura como o “possível” que se pode fazer a milhares de quilómetros de Portugal, e mostra que “os portugueses em Macau também estão em cima do assunto”.
O destino em concreto dos donativos depositados na conta solidária aberta no Banco Nacional Ultramarino (BNU) – com o número 9014444997 – vai ser definido “a seu tempo”, até porque “as coisas ainda estão a acontecer”, disse Amélia António, referindo-se nomeadamente ao facto de os incêndios ainda estarem a ser combatidos.
O Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong tinha disponível até ontem um livro de condolências para “todos aqueles que desejem manifestar o seu pesar pelos que perderam a vida e restantes vítimas deste terrível desastre”, segundo informação publicada na sua página de Facebook.
De acordo com um comunicado oficial divulgado na segunda-feira, o chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, enviou uma carta ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, endereçando condolências pelo devastador incêndio.
O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos.
O fogo começou em Escalos Fundeiros e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.
Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
Foto em destaque ©Lusa