A freguesia de Benedita, em Alcobaça, está de luto. Três das vítimas mortais do desabamento de uma escola em construção, que aconteceu na passada sexta-feira, em Antuérpia, na Bélgica, eram naturais daquela zona do distrito de Leiria.
Outra vítima era um homem luso-moldavo, sem residência conhecida em Portugal. No total, perderam a vida cinco pessoas e há um português ferido com gravidade, no hospital.
“Ainda estamos no momento de tentar aceitar que tudo isto é verdade. Toda a população está incrédula e precisamos de tempo para assimilar o que aconteceu”, disse este domingo Maria de Lurdes Pedro, presidente da Junta de Freguesia de Benedita. Eram naturais de lá Carlos Quitério, de 35 anos, Cristiano Santos, de 33, e António Rosário, de 49, mas este último residia ultimamente em Santa Catarina, Caldas da Rainha. Ainda de Benedita é João André Inácio, de 34 anos, que ficou ferido com gravidade, tendo sido transportado para o hospital, onde foi internado nos Cuidados Intensivos.
A consternação tomou conta da localidade até porque “todos eles eram bastante conhecidos e quase toda a gente é familiar ou amiga de algum deles”, adiantou Maria de Lurdes Pedro. Os quatro homens eram trabalhadores de uma empresa também de Benedita, a Vaniplic, que prestava serviços na obra de construção da escola e que é conhecida, segundo a autarca, por ter “uma relação quase familiar com os seus trabalhadores”.
Inicialmente, apenas a morte de um deles foi confirmada, o que causou esperança nos familiares das restantes vítimas. “Houve muita angústia durante algumas horas porque as famílias não sabiam o que tinha acontecido. Infelizmente, veio-se a confirmar o pior desfecho”, lamentou a presidente da Junta de Freguesia.
Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, confirmou a identidade das vítimas, adiantando que existe uma quarto morto, um homem, com dupla nacionalidade: portuguesa e moldava.
A governante tem estado a acompanhar de perto a situação, estando em contacto inclusive com as famílias das vítimas, e explicou que a transladação dos corpos – que esta tarde ainda não se sabia quando teria lugar – “ficará ao encargo da seguradora da empresa”. “Já falámos também com o português que está internado e ele encontra-se estável e vai sair dos Cuidados Intensivos”, adiantou Berta Nunes.
Das três vítimas mortais, Carlos Quitério era o único que tinha residência, há cerca de um ano, na Bélgica, onde vivia com a companheira. Mas o filho, com 11 anos, mora na freguesia de Benedita. Cristiano Santos e António Rosário não tinham descendentes, mas a família mais próxima reside também na mesma localidade.