“Não sinto que tenhamos muito turismo. O que precisamos mesmo é [dar] prioridade ao turismo e temos ainda mais potencial de crescimento”, disse Bolieiro aos jornalistas durante uma viagem ‘shuttle’ à Lagoa do Fogo, na ilha de São Miguel, que durou cerca de uma hora.
O executivo açoriano admitiu ainda a necessidade de o território aumentar os locais de interesse a visitar e a permanecer, para haver mais diversidade para os turistas, “disciplinar” os acessos e “controlar a massa crítica da visita”, de forma a promover “a proteção do espaço visitado”.
Na sua opinião, as soluções que o Governo Regional está a aplicar, como o ‘shuttle’ para transporte de turistas até à Lagoa do Fogo, no concelho da Ribeira Grande, “ajudam a criar carisma no espaço visitado e na forma como se chegar”, e até “uma respeitabilidade” por parte dos visitantes.
“Queremos receber visitantes e queremos que quem nos visita respeite a nossa identidade ambiental e, acima de tudo, seja sustentável, na exploração dos bens naturais que cedemos aos visitantes”, disse.
O representante foi “verificar” o serviço no terreno, pouco mais de um mês após o arranque do ‘shuttle’, e disse ter percebido que “o que importa não é um percurso, é, acima de tudo, uma experiência “.
Com este transporte no acesso à Lagoa do Fogo, a circulação ficou limitada a viaturas de residentes e proibida a rent-a-cars.
O ‘shuttle’ é gratuito para residentes e custa cinco euros para não residentes.
Este serviço de transporte, prestado pela empresa Atlântico Energy, parte da Caldeira Velha, no concelho da Ribeira Grande, e termina na Casa da Água, na Lagoa, fazendo depois o percurso inverso.
O transporte funciona na modalidade hop-on hop-off e percorre aproximadamente 14 quilômetros, passando por seis pontos turísticos, das 9h às 19h, todos os dias da semana, inclusive feriados nacionais, regionais ou municipais, até 30 de setembro.
“Esta solução garante uma experiência de chegar a um ‘spot’ [lugar] que é um verdadeiro paraíso de contemplação e estadia tranquila. Ou seja, estamos aqui e não há uma rota de veículos barulhentos, apitando pela dificuldade de estacionar”, observou Bolieiro.
Depois de destacar “a humildade de reconhecer que tudo está em andamento e aperfeiçoamento”, o responsável explicou a “ousadia e ambição de ganhar mais conteúdo” para o setor.
“E o conteúdo que queremos é garantir mais experiências, melhores experiências para nossos visitantes. Desde logo, em termos de informação, queremos que seja mais digital e multilingue”, disse, referindo-se ao alargamento dos pontos de vista.