Desde que fui eleito, em 2016, um dos traços que tenho esforçado por manter no exercício dos mandatos enquanto Presidente da República é a proximidade. Proximidade aos portugueses residentes no nosso território físico; proximidade àqueles que, oriundos outras nacionalidades, escolheram o nosso país para viver, e proximidade aos compatriotas que vivem e trabalham naquele que tenho designado como o nosso espaço espiritual, ou seja, fora das nossas fronteiras físicas e que constituem as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo.
Nem sempre foi fácil, cultivar essa proximidade — com a presença física —junto de todos os compatriotas. À distância geográfica, juntaram-se os meses vividos em pandemia e também compromissos de agenda nacionais, que não permitiram ainda visitar todas essas comunidades. Dentro em breve, no próximo mês de setembro, estarei, por exemplo, junto dos compatriotas de Toronto e Montreal, no Canadá e com mais alguns da costa leste dos Estados Unidos da América, residentes em cidades que não tive a oportunidade de visitar noutras deslocações àquele país. Mas refiro estes obstáculos, ou dificuldades do meu lado, para valorizar o papel da comunicação social dirigida à diáspora e no caso concreto a Revista Comunidades, que hoje publica a sua última edição. Sem eles esse esforço de proximidade teria sido mais difícil.
Nunca gostamos de escrever uma mensagem de despedida. Por isso, mais do que lamentar o desaparecimento da publicação, é importante reter as lições com ela aprendidas.
E a primeira é a lição do empenho e do entusiasmo de quem esteve ao comando do projeto, o Abílio Bebiano que, nos últimos 10 anos o liderou, primeiro sob o título Port.Com e, a partir de 2020 sob a designação de Comunidades, alargando o âmbito da publicação aos países de expressão lusófona. Ele foi um exemplo de luta, de resistência, de generosidade, de que fui testemunha. Sempre o primeiro, pedindo um texto para determinada ocasião, ou para o 10 de junho, que depois começou a acompanhar com a distribuição das revistas nos locais onde fomos celebrando o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas por esse mundo fora.
Encerro com uma palavra de agradecimento pelo trabalho realizado na última década, e outra de esperança no trabalho daqueles que ficam, esperando que o exemplo da Revista Comunidades sirva de estímulo e inspiração.