A Aicep está a analisar mais de 100 projetos de investimento que ascendem a 15 mil milhões de euros e com potencial de criação de 33 mil novos postos de trabalho, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros na sessão pública de apresentação dos objetivos para o novo mandato da Aicep.
“Temos hoje mais de 100 projetos de investimento em acompanhamento, estimados em cerca de 15 mil milhões de euros e com um potencial de criação de mais de 33 mil novos postos de trabalho”, disse João Gomes Cravinho, na abertura do encontro.
A nova administração, que está em funções desde o início do mês, tem um longo caderno de encargos que passa por preparar a agência para os desafios que terá no próximo triénio, nomeadamente, através da redefinição da rede externa, lançar um novo ciclo de atração de investimento produtivo e capacitar mais empresas para que possam apostar na internacionalização.
A rede externa da Aicep está bastante concentrada no espaço europeu e a ideia é diversificar para permitir que as empresas possam diversificar os seus mercados”, explicou aos jornalistas o secretário de Estado da Internacionalização. “Isto significa rever a rede para ver onde temos de estar para que as empresas também possam estar. Há mercados que estão fora do UE com o qual a União tem parcerias e que temos de reforçar”, explicou Bernardo Ivo Cruz, dando como exemplo o Canadá ou a Coreia do Sul, “onde é necessário ter mais presença”. “Não pomos de parte fechar ou abrir”, disse o responsável.
O novo presidente da Aicep explicou, por seu turno, que nos mercados, que por razões políticas se fecharam aos fluxos de investimento e comércio internacional, “é preciso, pelo menos suspender a presença de Portugal, para não despender recursos do erário público sem consequência”. Já o reforço de presença será feito “nos mercados prioritários” — “onde vemos maior potencial para a Aicep angariar investimento produtivo para Portugal”. Filipe Santos Costa enumerou os Estados Unidos, Espanha, França Alemanha, Reino Unido, Itália, países nórdicos e “os mercados cada vez mais relevantes da Ásia”. “Estamos a pensar sobretudo no conjunto dos países da ASEAN, ou seja, Sudeste Asiático e alguns países do Médio Oriente”, precisou.
“Temos de ver para onde as empresas querem e precisam ir, por um lado e, por outro, e onde não estando ainda no radar das empresas nos parece útil e importante estar para as empresas terem nos seus modelos de internacionalização”, acrescentou, precisando que este modelo de reestruturação da rede “ainda não está fechado”. Ou seja, está em estudo onde a Aicep tem de estar e onde está mas não faz tanta falta, explicou ainda o secretário de Estado da Internacionalização, recordando que os recursos são finitos e é necessário fazer uma boa gestão dos recursos da agência.