A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) está disponível para comprar ao grupo brasileiro Oi a participação de 25% que detém na Unitel, operadora de telefonia móvel em Angola, disse ao semanário Expresso o presidente da estatal angolana.
O grupo Oi, que detém a PT Ventures, acionista da Unitel, está sujeita a um processo judicial de recuperação empresarial, pelo que tem procurado vender a participação que detém na empresa angolana, a fim de encaixar verbas significativas.
O presidente da Sonangol, Gaspar Martins, disse ao semanário que a empresa está a analisar a possibilidade de comprar aquela posição, mas acrescentou que está tudo dependente da decisão final do Tribunal Arbitral de Paris.
A Unitel divulgou em fevereiro de 2019 ter o Tribunal Arbitral de Paris condenado os “acionistas fundadores” daquela empresa de telecomunicações a pagar à PT Ventures duas indemnizações que totalizam 654,2 milhões de dólares.
A Unitel, com uma quota de 80% no mercado das telecomunicações de Angola, conta com quatro acionistas com partes iguais (25%): a Geni, do general Leopoldino do Nascimento (Dino), a Vidatel, de Isabel dos Santos, a PT Ventures (da Oi) e a MSTelecom/Sonangol.
Embora a Sonangol tenha anunciado recentemente a sua saída do capital de operações não-petrolíferas, incluindo a Unitel, a situação do mercado internacional do petróleo não deve permitir àquela que é o principal motor da economia angolana deixar cair imediatamente fontes de rendimento como é a empresa de telecomunicações.
A Sonangol teria direito, caso adquirisse a Unitel, a cerca de mil milhões de dólares em dividendos.
O semanário escreveu que Isabel dos Santos terá feito uma oferta ao grupo Oi, considerada por este como pouco atrativa, mas estará fora de hipóteses nesta operação, pois tem sido alvo de várias ações interpostas pela Oi/ PTVentures e, na semana passada, viu-se a braços com a decisão de um tribunal de Angola de arrestar as suas participações empresariais.