O presidente da associação das comunicações lusófonas (AICEP), João Caboz Santana, defendeu, na Praia, Cabo Verde, a necessidade de trabalho conjunto entre operadores e reguladores para tornar o mercado destes países mais competitivo e atrativo ao investimento privado.
“Todos a trabalhar em conjunto desta forma e aproveitando aquilo que são as diferentes sinergias, mas também as sinergias que são comuns, vão construir um mercado das comunicações da lusofonia muito mais forte, muito mais competitivo e também muito mais atrativo do investimento”, afirmou João Caboz Santana, presidente da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP).
À margem da assembleia-geral anual e do XXVII Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas 2021, que decorreu ontem na capital cabo-verdiana e que debateu o mercado da economia digital e das telecomunicações nos Estados-membros, o dirigente sublinhou a importância de reforçar o trabalho entre operadores e reguladores, que integram aquela associação.
“Nesta rede em que nós cada vez mais funcionamos, obviamente que operadores, reguladores e governos têm que trabalhar em conjunto, em prol do desenvolvimento dos seus países, das suas sociedades e dos seus povos. E, portanto, não tenho dúvida nenhuma que os operadores de comunicações estão fortemente empenhados em oferecer cada vez mais qualidade nos serviços que prestam aos seus clientes, cada vez mais aumentar o portefólio e a diversidade da sua oferta”, disse.
Com sede em Lisboa, a AICEP é a primeira associação empresarial dos países de língua portuguesa – constituída em Bissau em 1990 – e assume-se como a única associação mundial que congrega correios, telecomunicações, conteúdos de televisão, reguladores e indústria, representando o universo lusófono em cinco continentes e aproximadamente 243 milhões de falantes da língua portuguesa.
“Também estamos cada vez mais convictos que os reguladores, com as políticas regulatórias que definem para os diferentes mercados estão muito empenhados em criar mercados cada vez mais competitivos, com cada vez mais qualidade, com preços cada vez mais baixos e cada vez mais transparentes”, acrescentou João Caboz Santana.
Neste fórum na Praia, com o tema “As pessoas e o trabalho na economia digital”, estiveram presentes presidentes, administradores e diretores de empresas operadoras de comunicações das áreas dos correios, telecomunicações e conteúdos de televisão, entre outras, bem como das entidades reguladoras, de Cabo Verde, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Brasil, Timor-Leste e do território de Macau (China).
“A economia digital tem uma característica muito importante que é o facto de ter diluído aquilo que era a separação entre as diferentes atividades. Hoje, na economia digital, já não se fala no setor de atividade A, B ou C, porque tudo é economia digital e tudo tem a ver umas coisas com as outras e tudo funciona em rede”, concluiu o presidente da AICEP, destacando as alterações provocadas neste setor pela pandemia de covid-19, um dos motes do encontro da Praia.