O primeiro-ministro, António Costa, interrompeu um jornalista português que lhe fazia uma pergunta sobre política nacional em Bruxelas, em declarações à margem da cimeira UE-CELAC, impedindo-o de completar a questão e recusando-se a ouvi-la.
Ao que avança a SIC Notícias, que captou as imagens do momento, a questão em causa estava relacionada com as recentes declarações do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, sobre as buscas às sedes do PSD e à casa do ex-líder do partido Rui Rio.
“Não vale a pena porque já sabe, nem vale a pena. Se já falei [no assunto] está falado. Nem quero ouvir a pergunta. Desta vez podem dizer ‘nem sequer ouviu a pergunta'”, frisou Costa, enquanto impedia o jornalista de fazer a pergunta.
Recorde-se que Santos Silva referiu que o Ministério Público (MP) deve um esclarecimento ao país sobre as buscas à casa de Rui Rio e ao PSD, sustentando que foi cometido “um crime em direto”. Para o presidente do parlamento, a Constituição é muito clara quanto à separação de poderes e quanto aos direitos, liberdades e garantias, salientando que “a esfera política deve respeitar escrupulosamente a independência judicial e a justiça deve respeitar escrupulosamente a independência da ação política democrática”.
Em causa está a alegada utilização indevida de verbas para os gabinetes dos grupos parlamentares com pessoal em funções para o partido fora do parlamento que levou, na quarta-feira, a Polícia Judiciária a mobilizar cerca de 100 inspetores e peritos informáticos e financeiros para um conjunto de 20 buscas.
Nas buscas foram incluídas a casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional deste partido, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa, por suspeitas dos crimes de peculato e de abuso de poder.
Na quarta-feira passada, a Polícia Judiciária mobilizou cerca de 100 inspetores para um conjunto de 20 buscas, incluindo na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e a sede nacional deste partido, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa, por suspeitas dos crimes de peculato e de abuso de poder, com grande aparato mediático.