Importa sublinhar, contudo, que a dívida pública líquida de depósitos registou um decréscimo de 422 milhões de euros para 256,4 mil milhões, segundo o Banco de Portugal. O que significa que o aumento da dívida resulta, sobretudo, de um reforço dos cofres públicos, como adianta o supervisor: as Administrações Públicas reforçaram os seus cofres com 500 milhões de euros.
A evolução da dívida pública em maio resultou sobretudo do aumento dos Certificados de Aforro em 2,2 mil milhões de euros e, em sentido contrário, da amortização de títulos de dívida de curto prazo na ordem dos 1,9 mil milhões.
Os dados do Banco de Portugal mostram que a dívida pública bruta aumenta há cinco meses. Já subiu 7,4 mil milhões desde o início do ano. É a terceira vez que a fasquia dos 280 mil milhões volta a ser superada, como aconteceu em maio e junho (atingiu recorde nos 280,6 mil milhões) do ano passado.
Após o aumento verificado na primeira metade do ano, que acontece graças à corrida aos Certificados de Aforro, a expectativa é que a dívida pública venha a cair na segunda metade. Portugal tem um cheque de mais de 9 mil milhões de euros para devolver em outubro, e isso determinará um alívio da dívida no cômputo do ano.
Portugal fechou 2022 com um rácio da dívida pública de 113,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e deverá cair para 103,4% no final deste ano, de acordo com as previsões do Banco de Portugal.