“Tentamos fazer algo que apele não somente às gerações mais velhas, mas também aos mais novos, e convidar pessoas que não fazem parte da comunidade e podem aprender sobre a nossa cultura e os contributos dos imigrantes portugueses no vale central”, disse Elaina Vieira, presidente da Fundação Carlos Vieira.
Os pais do fundador Carlos Vieira emigraram dos Açores para o Brasil antes de se estabelecerem em definitivo na Califórnia.
A quarta edição do evento decorre em 22 e 23 de abril e contará com algumas novidades, como a atuação de um artista brasileiro, Alex Ferrari, e exposições da arte de dois artistas luso-americanos.
“Estamos entusiasmados por nos aproximarmos da comunidade brasileira, porque queremos convidar toda a gente para fazer parte deste festival”, afirmou Elaina Vieira. “Sabemos que há pessoas da comunidade brasileira por estes lados e algumas já vieram ao nosso festival, mas esperamos que ter um artista brasileiro atraia mais brasileiros da área”.
Alex Ferrari será um dos vários convidados que vão animar as festividades, juntamente com o trio de comédia The Portuguese Kids e o cantor português Jorge Ferreira.
“Vamos ter uma prova de queijos e vinhos, uma exposição cultural, exibições de bandas filarmónicas e ranchos folclóricos e uma parte de feira popular”, descreveu Elaina Vieira. O evento terá cerca de 50 a 60 bancas de comida e artesanato, como a Fagundes Meats e a Avila Imports, e um salão de exposição cultural onde também será cantado o fado.
“Este ano vamos adicionar exibições de arte, com um par de artistas luso-americanos da baía de São Francisco que irão mostrar a influência da sua herança na arte que criam”, adiantou a responsável. Também haverá atuações dos DJ Bruno Furtado e Marcos Shalom, do cantor Luis Silva e do comediante Vavo Brito.
A admissão é gratuita no sábado. No domingo, 23 de abril, o foco estará na tourada sem sangue, cuja entrada custa 15 dólares. As receitas revertem para a causa solidária “Race for Autism”, com a qual a Carlos Vieira Foundation auxilia famílias com crianças autistas.
“Estamos entusiasmados por estarmos de volta e agradecemos o apoio da comunidade portuguesa”, frisou a presidente, que em edições anteriores viu o evento atrair milhares de participantes.
“O festival oferece algo um pouco diferente do que a comunidade portuguesa está habituada no resto do ano”, considerou, referindo que a cultura portuguesa é muito forte no vale central e organiza festividades regularmente.
“Mas penso que nenhuma delas é bem como o Festival Português, que é um evento que acontece apenas uma vez por ano, e isso atrai as pessoas”, afirmou. “Dá-lhes algo pelo que esperar, porque embora os outros eventos portugueses sejam bons, são coisas que já estão habituados a fazer e acontecem quase todos os fins de semana”.
A organização está a promover o evento nas rádios, redes sociais e meios de comunicação com o intuito de chamar participantes de várias partes da Califórnia e até de outros estados, como aconteceu em edições anteriores.
“Penso que as pessoas ficam entusiasmadas por terem este evento que incorpora todos os aspetos diferentes da cultura portuguesa e só acontece uma vez por ano”, resumiu.
Por outro lado, há uma componente de aproximação às gerações mais novas que as festas tradicionais muitas vezes não têm.
“Tentamos apelar à geração mais jovem e trabalhamos de perto com o nosso principal patrocinador, PFSA, que está sempre a tentar ter essa conexão com a nova geração para manter viva a cultura portuguesa”, apontou.
A PFSA é a Portuguese Fraternal Society of America e está envolvida no patrocínio do festival desde a sua primeira edição, em 2019.