Em França, um estudo da Confédération Syndicale des Familles (CSF), divulgado esta quarta-feira e realizado junto de 109 famílias associadas, revelava que o custo do material escolar, no país vizinho, deverá aumentar 11,3% no início do ano letivo de 2023, para os alunos das escolas primárias à universidade.
Este relatório foi publicado no mesmo dia em que foi pago o subsídio de regresso às aulas (ARS), que ajuda os pais com rendimentos mais baixos a pagar as mochilas e outros materiais escolares. Os montantes foram aumentados em 5,6% em relação ao subsídio pago no verão de 2022.
O custo médio de uma lista completa de material no início do ano letivo de 2023 será de 233 euros para um aluno do ensino básico, contra 190 euros em 2022 (+23%), 371 euros para um aluno do ensino secundário (+3,5%) e 427 euros para um aluno do ensino secundário (+3,1%).
O vestuário e o material desportivo aumentaram 12%, enquanto o custo dos artigos de papelaria subiu 25%.
De acordo com o instituto GfK, no final de julho de 2023, 0,25 euros do aumento num preço médio de 3,36 euros por artigo de material escolar deve-se à inflação.
Em julho passado, o organismo de defesa dos consumidores francês, UFC-Que Choisir, previu um aumento de 10% no preço do material escolar entre julho de 2022 e julho de 2023.
Em resposta a esta explosão de preços, Olivia Grégoire, a Ministra do Comércio francesa, remeteu o assunto para a Direção-Geral do Consumidor e do Controlo da Fraude (DGCCRF) para investigar “os aumentos de preços do material escolar”.
Num comunicado de imprensa divulgado na quarta-feira, a federação de pais FCPE apelou ao Governo para “ir mais longe”, nomeadamente através da criação de um grupo de trabalho sobre o assunto em setembro.
Já a Federação das Associações de Estudantes (Fage) refere que o início do novo ano letivo atingiu um máximo histórico de mais de 3.000 euros em média por aluno, no ensino superior.
“A situação é mais do que preocupante”, afirma a federação, que calcula que o início do ano letivo de 2023 custará 3.024 euros por estudante, contra 2.889 euros no ano anterior (de acordo com a nova metodologia de cálculo aplicada em 2023).
“Esta mudança histórica deve-se principalmente ao impacto da crise social e geopolítica, que resultou numa inflação recorde”, nota a organização estudantil.
Publicado todos os anos, o indicador Fage estima o custo do novo ano letivo para um estudante típico de 20 anos, inscrito numa licenciatura na universidade e sem bolsa de estudo.
“Os estudantes não foram poupados, e é por isso que reservámos 500 milhões de euros para este novo ano letivo, com um aumento histórico das bolsas”, declarou Sylvie Retailleau, Ministra do Ensino Superior, à France Inter, na quarta-feira. A ministra deverá anunciar “no início do ano letivo” o calendário de uma futura “reforma estrutural das bolsas”.
Na segunda-feira, a associação de estudantes Unef publicou a sua própria avaliação, que prevê um aumento de 6,47% no custo do alojamento estudantil para 2023-2024.