Paulo Cafôfo assumiu que está a ser estudada a criação de um equipamento cultural, no âmbito museológico e da memória histórica da emigração portuguesa. “Queremos ver a possibilidade de aqui, porque Mangualde é um concelho em franco desenvolvimento, podermos ter um equipamento cultural ligado à diáspora”, afirmou.
Sem esclarecer de que tipo de equipamento cultural se trata, uma vez que “ainda está numa fase embrionária”, o secretário de Estado adiantou que, “hoje, em dia, os espaços museológicos adquirem uma nova valência”, menos tradicional, e mais “interativa, dinâmica, em que haja a ideia da inclusão”.
O governante justifica a possibilidade de escolher Mangualde para ser a casa de um futuro equipamento com essas características, por ser “um concelho que acolhe e sabe acolher”.
Para Paulo Cafôfo, os concelhos de onde saíram os portugueses que emigraram tem a “obrigação” não só de “saber acolher” os que “saíram e um dia querem regressar, mas também outros cidadãos, de outras nacionalidades que queiram residir e viver” ali.
Projeto ambicioso e “único” no país
O processo de criação de um equipamento cultural dedicado à diáspora está a ser alvo de estudo e terá de ser analisado, segundo disse, em articulação com as universidades, com o Governo, com a autarquia de Mangualde e a própria Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.
“Aquilo que queremos é que seja uma coisa única, estamos aqui a falar de um equipamento que será único no país e, portanto, não é algo que seja replicável”, explicou.
Paulo Cafôfo reconheceu que em Portugal “já existem outros projetos de dimensão local ou regional de núcleos museológicos ligados à emigração”, mas, o que está em causa é “outra componente, um pouco mais ambiciosa”, afirmou sem avançar mais pormenores.
Mangualde recebe este ano fórum de apoio ao investimento da diáspora
O secretário de Estado revelou ainda que iniciou em Mangualde a primeira visita incluída num roteiro pelo território nacional, intitulado “Ligar Portugal à diáspora”, que visa a valorização e aproximação da diáspora ao país, já que “habitualmente” anda “pelo mundo a visitar as comunidades portuguesas, no sentido de as valorizar”.
“Agora, é no território nacional, porque é muito importante esta ligação nos concelhos de onde saíram grande parte dos portugueses que emigraram e aqui, em Mangualde, onde tem sido feito um trabalho extraordinário na ligação, envolvimento e proximidade até com os portugueses que residem no estrangeiro, que está a dar frutos”, explicou.
Regresso a Portugal de emigrantes qualificados motiva fórum virtual
O gabinete de apoio ao emigrante de Mangualde, salientou, “é dos mais ativos, dentro dos quase 300 que existem a nível nacional”, o que significa que esta “proximidade está a funcionar, é um serviço público que é prestado”.
O secretário de Estado contactou também com empresários que foram emigrantes e regressaram ao concelho de origem, onde investiram, o que considerou “um valor estratégico para o desenvolvimento local e do país”.
No final das visitas, Paulo Cafôfo anunciou ainda que “o próximo fórum da rede de apoio ao investimento da diáspora, este ano, será em Mangualde” e, por isso, este município do distrito de Viseu vai “acolher, em maio, junho, no mínimo, 300 pessoas”.