No país, morreram pelo menos 293 pessoas, de acordo com o último balanço das autoridades.
O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, está na cidade da Beira e sublinhou que «identificar um conjunto de cidadãos portugueses, dos quais só falta contactar 13».
Por sua vez, o Presidente da República frisou que «até agora, felizmente, não temos nenhum dado que permita falar de algum compatriota falecido» em Moçambique, após a passagem do ciclone Idai. No país, morreram pelo menos 293 pessoas, de acordo com o último balanço das autoridades.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o contacto com portugueses residentes na zona da Beira – uma das cidades mais fustigadas – tardou devido à «quebra de energia e quebra de comunicações» e porque muitas pessoas saíram das casas: «Havia os que tinham ido para casa de amigos, para casa de familiares, para pensões.»Confrontado com as críticas feitas pela comunidade portuguesa na Beira ao Governo português, Marcelo pediu compreensão para «como é difícil o apoio imediato sem comunicações, sem energia e num estado estrangeiro».«Estamos a tentar normalizar a situação. Mesmo no que diz respeito aos portugueses, estamos a agir num país estrangeiro com as condicionantes de ter de refazer tudo, a começar nas comunicações. Poder-se-ia esperar outro tipo de resposta, mas está a atuar-se num Estado estrangeiro, que tem estruturas próprias, com organizações internacionais», esclareceu Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas no Porto.
Primeiro C-130 português com apoio chegou à Beira
O primeiro de dois aviões C-130 com apoio português às operações de socorro às vítimas da passagem do ciclone Idai em Moçambique chegou hoje ao início da tarde ao aeroporto da Beira.
O avião chegou às 16H00 locais (14H00 em Lisboa) ao aeroporto da Beira, tendo as equipas que seguiam a bordo sido recebidas pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.
A aeronave transporta a força de reação imediata portuguesa, constituída por 25 fuzileiros, dez elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica).
O envio dos dois C-130 Hércules, da Força Aérea Portuguesa, foi anunciado ao início da noite de quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE), Augusto Santos Silva, tendo partido de Lisboa algumas horas depois.
Um segundo C-130 com apoio português partiu na noite de quinta-feira para a Beira, transportando uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil, elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.
No primeiro avião, além dos 35 militares, integram a força, uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Os técnicos portugueses que chegaram hoje ao centro de Moçambique vão apoiar as operações de busca e salvamento, com uma equipa de fuzileiros que já tinha estado numa missão anterior no país e que “conhece bem as responsabilidades”, descreveu o ministro.
A força inicial integra também uma equipa médica do Exército português e meios para ajuda médica de emergência, incluindo camas, tendas e outros equipamentos, acrescentou Augusto Santos Silva.
Este primeiro C-130 transporta ainda um oficial de engenharia cuja missão fundamental é identificar as necessidades mais prementes do ponto de vista do restabelecimento das comunicações.