Dos 113 candidatos portugueses às eleições comunais e que foram a votos no passado domingo, nove foram eleitos. Os números foram divulgados pelo Ministério do Interior, mas não refletem necessariamente a quantidade de portugueses que ocupará um cargo autárquico nos próximos seis anos.
As tomadas de posse não são imediatas, já que as semanas seguintes à eleição servem para cimentar resultados ou decidir soluções governativas, havendo um prazo de 15 dias, após o escrutínio, para apresentar recurso.
Como lembra o Ministério do Interior, há comunas onde as negociações de coligação ainda não começaram ou estão em curso e não é certo que todos os eleitos aceitem o seu mandato. Ou sejam a escolha final.
É o caso de dois dos quatro portugueses que reuniram votos suficientes para poder vir a comandar os destinos das comunas onde foram eleitos, mas que não vão assumir o cargo de burgomestre: um por desistência, outro devido ao bloqueio da oposição.
Ao contrário do que fora a sua convicção no domingo à noite, depois de ter sido o mais votado em Koerich, Kevin de Oliveira não será o primeiro burgomestre lusodescendente. Depois de dois dias de reflexão, decidiu voltar atrás. “Sinto que ainda não estou preparado. O segundo mais votado teve 70 votos a menos, mas como já era burgomestre deve continuar porque tem mais experiência”, disse o lusodescendente de 31 anos, esta quarta-feira, ao Contacto. O conselho comunal decidiu que a liderança da comuna continuará nas mãos de Jean Wirion. Kevin de Oliveira também não será vereador.
Já José Vaz Rio, que tomara a mesma decisão que Kevin em 2017, mas que agora se sentia preparado para concretizar no cargo de burgomestre o segundo voto de confiança dos eleitores de Bettendorf, viu-se afastado dessa possibilidade. Foi o mais votado naquela comuna, no passado domingo, conquistou 842 votos, mais seis do que o segundo, mas não será burgomestre. “Tivemos uma reunião [na terça-feira], cinco contra cinco, e os conselheiros da oposição disseram que não estavam de acordo que eu fosse burgomestre. Uma pessoa da minha lista passou para a deles. Senti-me traído. O meu sonho acabou”, desabafou o português de 66 anos.
O burgomestre de Bettendorf será, assim, Patrick Mergen, que foi o quarto mais votado – e terceiro na lista da oposição – tendo obtido menos 127 votos do que José Vaz Rio.
Os dados finais oficiais destas eleições comunais, incluindo os destinos autárquicos de todos os restantes eleitos portugueses, só estarão fechados à medida que se forem sucedendo as tomadas de posse, sendo que as últimas deverão ocorrer pouco antes das legislativas, marcadas para 8 de outubro.