Primeira edição da Bienal arranca a 29 de junho deste ano, com uma duração de três meses.
Macedo de Cavaleiros quer fomentar a criação e reflexão artística contemporânea, contextualizada na singularidade do território do Nordeste Transmontano, no património da fauna e flora da paisagem protegida e, para tal, irá promover, de 29 de junho a 29 de setembro, a Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes.
“Linha de Água”, assim se chama o evento, “é uma ode à arte contemporânea, aos artistas e a todos aqueles que têm trabalhado neste campo”, salientou o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros.
Em declarações à Revista Comunidades, Benjamim Rodrigues referiu que a iniciativa visa “criar não só uma dinâmica cultural, mas também económica”. “Tem de haver motivos para que turistas e amantes da arte cheguem ao território”, disse.
“O intuito (da Bienal) é ainda descentralizar, e levarmos a arte contemporânea também às aldeias, pouco habituadas a eventos desta natureza”, frisou.
“Trás-os-Montes beneficiará com a realização desta Bienal, e ambicionamos levá-la a outros concelhos e também para fora de portas”, adiantou à Comunidades Benjamim Rodrigues.
A mostra coletiva visa constituir-se como um projeto que reúne em conjunto a iniciativa de artistas, curadores e especialistas de arte que se dedicam à prática e investigação artística e a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros. “Pretendemos fazer de Macedo de Cavaleiros a capital da arte contemporânea em Trás-os-Montes, fazer um investimento no território artístico do concelho e da região”, sustentou.
“Esta iniciativa é um verdadeiro passaporte para uma efetiva promoção da arte contemporânea portuguesa num tempo de múltiplos desafios”, assumiu, por seu turno o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, presente na apresentação pública da Bienal., que decorreu na passada quinta-feira (21). A valorização da difusão da pluralidade artística, salienta, tem uma “relevância estratégica” e um “papel importantíssimo” para o Turismo do Porto e Norte.
Além disso, Luís Pedro Martins recordou que o Norte tem o “estatuto de berço de grandes artistas”, cujas obras dignificaram o país além-fronteiras.
Com direção artística de Inês Falcão e Filipe Rodrigues, a Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes ambiciona, igualmente, “estabelecer uma perspetiva de futuro na internacionalização em práticas colaborativas de investigação artística, em articulação sistemática com outros diretores artísticos e artistas/investigadores com atividade em centros de investigação artísticos, Institutos de Ensino Superior e Universidades”, adianta Inês Falcão.
“É também um veículo para a cultura e uma forma de os macedenses terem acesso a obras de artistas portugueses e estrangeiros, de forma gratuita, e que de outro modo apenas teriam acesso percorrendo centenas de quilómetros”, explica Benjamim Rodrigues. Em parceria com os agrupamentos de escolas da região “vão também ser dinamizados ateliês para crianças e jovens, procurando fomentar nelas o gosto pela Arte Contemporânea”, acrescenta o autarca.
A primeira “Linha de Água” arranca a 29 de junho, feriado municipal, e irá prolongar-se por três meses com exibições de pintura, escultura, cerâmica, fotografia e instalação, que estarão expostas no Centro Cultural, no Museu de Arte Sacra, na nova sede do Geopark Terras de Cavaleiros (na Estação de Macedo de Cavaleiros) e nas sedes e igrejas das juntas de freguesia.
O objetivo, frisa Inês Falcão, “é criar um roteiro artístico e cultural dentro da cidade e nas aldeias, impulsionando a circulação de artistas e visitantes”, considerou.
A Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes engloba uma série de ciclos de conferências e terá um contributo internacional de 50 a 60 artistas artistas, provenientes de países como Estados Unidos da América, Holanda, Bélgica, Japão e Espanha, entre muito outros, “que poderão trazer uma arte diferente daquilo a que a nossa população está habituada”, concluiu Benjamim Rodrigues.