A fisioterapeuta Rita Pinto, de 24 anos, foi uma das 908 mulheres, o maior número da história, de 11 dos 18 distritos de Portugal, e Brasil, Estados Unidos da América, França, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça, que se inscreveram para integrar, esta quinta-feira, o Desfile da Mordomia, da Romaria de Nossa Senhora d’Agonia em Viana do Castelo.
Natural de Celorico de Basco e emigrante no Luxemburgo, a jovem tirou férias para, neste dia, vestir um traje de Dó, adornar o peito e orelhas, com peças de ouro suas e da avó. E desfilar orgulhosamente pelas ruas de Viana. Com ela, participaram também a avó, a mãe, uma tia e amigas.
“O que me traz aqui, é a ‘chieira’ [palavra usada em Viana para definir a vaidade da mulher que desfila trajada e “ourada”]. Para mim que estou lá fora, é um orgulho muito grande poder mostrar que conheço e vivi a nossa tradição”.
Esta foi a terceira vez, que pisou chão de Viana, calçada com chinelas tradicionais que compõem o traje à vianesa. “O meu tio vive cá e a minha tia começou isto antes, e foi-me arrastando. Ela começou sozinha e este ano já somos sete. Duas meninas, são da zona de Cantanhede, e vêm pela primeira vez”, contou.
A maioria das mulheres desfilou com fatos à vianesa da Ribeira Lima (vermelho), de Terras de Geraz (verde) de Morgada (preto ou cores escuras). Mas também os há com azuis e adornados com diferentes peças de várias cores, do amarelo ao laranja.
Segundo informação da VianaFestas, que organiza a romaria, a média de idades das cerca de 908 mulheres que se inscreveram para a Mordomia, é de 32 anos. Contudo, podem participar meninas a partir de 14 anos e não há limite de idade.
Gil Viana, que “participa na romaria há 40 anos” e faz parte da comissão de festas (da VianaFestas) há sete contou que organizar o maior Desfile da Mordomia de sempre, foi “um trabalho árduo, mas recompensador”.
“Na maior parte dos casos é ajudar algumas das participantes a perceber o que é o seu traje, se estão devidamente trajadas e precisam de ajuda”, explica, considerando importante esta conhecerem “de quem era o traje, o que representa e de que freguesia é, para que realmente ‘a chieira’ das mulheres vianenses transborde”.