O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou a importância das relações económicas entre Portugal e China, num momento em que o primeiro-ministro, António Costa, está a terminar a visita oficial ao país asiático.
A China, advogou Marcelo numa conferência em Lisboa, “não encontra nenhuma outra sociedade europeia” para além de Portugal “onde possa entrar” em áreas como a “energia e finanças, setores altamente protegidos”.
“Só admira como é que a China demorou tanto tempo em perceber a vantagem comparativa geoestratégica de Portugal. E só admira como Portugal demorou tanto tempo a perceber a oportunidade chinesa”, prosseguiu o chefe de Estado.
Depois, em declarações aos jornalistas, o Presidente sublinhou o “reforço significativo” das relações entre Portugal e China “no domínio económico e financeiro”. “Vamos ver os resultados”, concretizou.
Ontem, o primeiro-ministro, António Costa, manifestou-se em Macau favorável a uma junção de “forças” entre Portugal e a China para a promoção de uma cooperação triangular com os restantes países lusófonos em áreas como a agricultura, infraestruturas e educação.
Falando em Lisboa no arranque da Portugal Digital Summit, conferência sobre o setor da economia digital, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou haver uma “desconfiança crónica” dos cidadãos “em pessoas e instituições”, e reiterou que tal deve ser combatido por pessoas e instituições.
“Um dos problemas da sociedade portuguesa hoje chama-se confiança”, realçou o Presidente da República, mesmo admitindo que tal problema não é exclusivo de Portugal.
Na conferência tida na Fundação Champalimaud, o chefe de Estado vincou ainda ser fundamental a procura de “consensos” na sociedade portuguesa.
“Não há como entender que sistematicamente se coloque acima do que nos une aquilo que nos divide, e que muitas vezes é esporádico e ocasional”, realçou.