A exposição “Azul no Azul – Estudos sobre os 150 anos do Desterrado”, vem assinalar os 150 anos da obra-prima do escultor António Soares dos Reis. Em forma de comemoração irá estar presente no Museu Nacional Soares dos Reis, uma exposição de aguarelas do artista Nelson Ferreira e um filme do cineasta italiano Gianmarco Donaggio, de 10 de dezembro até 19 de março de 2023.
Feito em Roma e enviado em 1872 para a Academia Portuense de Belas Artes como prova final de pensionista, “O Desterrado” representa um jovem, em tamanho natural, sentado num rochedo onde bate uma onda do mar, e reflete a expressão máxima da saudade, tendo o escultor inspirado no poema Tristezas do Desterro, do poeta Alexandre Herculano.
“Esta exposição revela bem o quanto a obra de Soares dos Reis influencia a criação de artistas contemporâneos, pois é uma obra intemporal, arquétipo”, destaca Nelson Ferreira, que apresenta agora no MNSR pinturas criadas ao vivo durante a residência artística que fez no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa.
A partir de estudos de mestres clássicos, nomeadamente de António Soares dos Reis, Nelson Ferreira recorre à técnica de alla prima e explora, sem correção posterior, o Azul em aguarelas sobre papel absorvente. Já o filme é o resultado do encontro entre o pintor e o cineasta italiano Gianmarco Donaggio e espelha como o pintor vê o mundo enquanto cria as suas obras. “O azul é o espaço liminar onde o movimento atravessa a estática, a pintura encontra o cinema, e a tensão dinâmica liberta os sonhos. O azul, no filme, não é uma afirmação nem uma cor, mas sim o surgimento de um sentimento”, lê-se no texto de abertura da exposição, assinado pela historiadora de arte Hilda Frias.
A exposição abre no dia 10 de dezembro, pelas 15h30 acompanhado de uma visita guiada.