As companhias aéreas da Turquia e do Médio Oriente foram as que mais beneficiaram com o aumento, disse Olivier Ponti, vice-presidente de Insights da ForwardKeys.
“O maior impacto nas viagens aéreas de e para a Rússia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro passado foram as sanções relacionadas com a guerra, que beneficiaram particularmente a Turquia e o Médio Oriente, porque mantiveram voos diretos de e para a Rússia”, acrescentou.
Os viajantes rumaram em peso a Antália, o resort da riviera turca. A capacidade de lugares nos voos entre a Turquia e a Rússia aumentou 26%.
Os voos dos três principais aeroportos de Moscovo – Vnukovo, Domodedovo e Sheremetyevo – aumentaram 144%, 77% e 74%, respetivamente, em comparação com os níveis pré-pandemia.
Mas este boom de viagens é estritamente limitado aos ricos, ressalvou Ponti. “A característica mais reveladora é o boom da classe premium, que parece ilustrar uma divisão na sociedade russa entre os ricos, que fazem férias com estilo, enquanto os menos ricos ficam em casa”, lembrou.
No entanto, o aumento das viagens dos ricos parece ter entrado em colapso em 2023, afirma a FlightKeys.
As viagens internacionais caíram, mesmo entre os ricos. As reservas de voos em classe premium estão 26% abaixo dos níveis de 2019 e 66% abaixo em classe económica.
Como é que a guerra afetou os preços dos voos e os tempos de viagem?
A guerra fechou o espaço aéreo sobre grande parte da Ucrânia e da Rússia. Isso traduz-se num aumento nos tempos de voo.
37% do tráfego aéreo entre a Europa e a região da Ásia-Pacífico leva, agora, mais de oito horas, contra 23% antes da invasão.
As tarifas médias também aumentaram, à medida que o custo de vida aumenta. O preço dos voos entre a Europa e a Ásia-Pacífico foi 20% mais alto do que antes da pandemia, em 2019.