Dados do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) do país, indicam que um total de 10 embaixadas em Timor-Leste se inscreveram para observar o processo eleitoral, tendo a Austrália a maior delegação, com cerca de 60 pessoas.
A delegação australiana integra um senador, um deputado federal e um deputado estadual, disse a missão diplomática.
Portugal, Brasil e Cuba são as únicas embaixadas com embaixadores residentes em Díli que não têm missões próprias credenciadas para o processo.
Portugal e Brasil participam, no entanto, com representantes dos seus Ministérios dos Negócios Estrangeiros na delegação de 11 Estados-membros e do secretário-executivo da CPLP, chefiada pelo embaixador José Marcos Barrica, de Angola.
A embaixada de Portugal em Díli disse que vai acompanhar a missão da CPLP e o deputado António Maló de Abreu, do Partido Social Democrata (PSD), eleito pelas Comunidades Portuguesas do círculo da Europa Exterior e que se encontra de visita a Timor-Leste que coincide com as eleições.
A missão da CPLP, que se mantém até 24 de maio, será dividida em cinco equipas que irão percorrer os municípios de Díli, Baucau, Ermera e Aileu, articulando a ação no terreno com outras missões.
Estará também presente uma delegação da Rede de Órgãos de Administração Jurisdicional e Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (ROAJE-CPLP), onde Portugal está representado pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Vítor Soreto de Barros, acompanhamento da votação.
Durante uma semana, a missão ROAJE-CPLP “vai acompanhar diferentes momentos da campanha eleitoral, participar em workshops e reuniões institucionais e observar o processo eleitoral em seis municípios de Timor-Leste, que culminará com a publicação de um comunicado preliminar sobre a processo eleitoral.
“A participação de Portugal nesta Missão de Observação Eleitoral é uma nova oportunidade para estreitar relações e partilhar experiências com instituições congéneres nos países de língua portuguesa”, afirmou José Vítor Soreto de Barros em comunicado. “Esta missão reveste-se de uma importância acrescida, pois acompanha um novo momento de consolidação do processo democrático em Timor-Leste.”
Imediatamente após o acompanhamento do processo eleitoral será iniciado um projeto de cooperação bilateral entre a CNE de Portugal e a sua congénere de Timor-Leste, “que envolve a permanência em Timor de elementos da delegação portuguesa e a futura presença de membros e quadros da CNE de Timor em Lisboa há cerca de um mês.”
Criada em 2018, a ROAJE-CPLP é uma associação sem fins lucrativos que congrega os órgãos de administração jurisdicional e eleitoral dos países membros da CPLP e tem como principal objetivo “estabelecer, consolidar e intensificar os mecanismos de cooperação e troca de experiências em matéria de processos eleitorais.”
Destacam-se também as delegações de 35 pessoas da embaixada dos EUA, 12 da embaixada do Japão, 11 da embaixada da Nova Zelândia e oito da delegação da União Europeia em Díli, bem como uma equipa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Também há missões de organizações como a Asian Network for Free Elections, o Institute for Democracy and Electoral Assistance (IDEA), a International Foundation for Electoral System (IFES) e o g7+, organização intergovernamental de países que são ou foram afetados por conflito e estão em transição para um estágio de desenvolvimento.
De destacar ainda a delegação que reúne a Associação Austrália Timor-Leste, a Victoria University e a Victoria University Alumni Electoral Observation Mission (AVEOM), que contará com 43 pessoas no terreno.
Além dos observadores internacionais, são mais de 2.000 observadores nacionais, sendo a maior delegação composta por duas organizações da Conferência Episcopal Timorense (CET), da Comissão Nacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) e da Igreja Organisation for Social Affairs (OIPAS), num programa apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o International Republican Institute (IRI) e o Catholic Relief Services (CRS).
Um total de 17 partidos disputam as quintas eleições de domingo em Timor-Leste, com votos que devem demorar vários dias a contar. Mais de 890.000 eleitores estão registados para a votação, na qual 65 membros do parlamento serão escolhidos.
Timor-Leste, ex-colónia portuguesa até 1975, mas invadida e anexada no mesmo ano pela Indonésia, tornou-se o mais jovem Estado soberano do século XXI a 20 de maio de 2002, dia em que o país assinala a restauração da independência.
Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo, com 42% dos seus estimados 1,3 milhões de habitantes a viver abaixo do limiar da pobreza, segundo as Nações Unidas, e com o produto interno bruto a recuar desde 2016, segundo o Banco Mundial.
As urnas estarão abertas no domingo, das 7h às 15h.