O número de alunos de português no Instituto Politécnico de Macau (IPM) cresceu 66,7% em três anos, um aumento que mesmo assim não consegue responder à procura, segundo indicam os números do IPM.
«Podemos ver esta tendência», de crescimento, afirmou à Lusa a nova diretora da Escola Superior de Línguas e Tradução (ESLT) do IPM, Han Lili, apontando para a necessidade de mais «cursos de português que possibilitem o aprofundamento dos conhecimentos da língua e da cultura dos países de expressão portuguesa».
Segundo os dados disponibilizados pelo organismo de ensino, no ano letivo 2016/2017 cerca de 300 alunos estavam a aprender português naquele instituto.
Em 2017/2018 o número subiu para 350 devido ao «arranque do novo Curso de Licenciatura em Português e mais uma turma de licenciatura em tradução chinês-português», disse a responsável. Neste ano letivo, os estudantes de português são já cerca de 500.
Han Lili, que assumiu as novas funções recentemente, explicou que uma das principais razões para o crescimento do número de estudantes de português neste ano letivo tem a ver «com o arranque do novo curso de licenciatura em ensino de língua chinesa como língua estrangeira».
De acordo com o IPM, este curso destina-se, entre outros, a «habilitar profissionais que dominem o chinês, o português, o inglês e o mandarim/cantonês».
«Para ir ao encontro da procura cada vez maior dos talentos bilingues (chinês-português) qualificados pelo mercado, o IPM tem disponibilizado uma oferta diversificada dos cursos associados à aprendizagem de português», argumentou a diretora da ESLT.
Os alunos dos países de língua portuguesa que estão a aprender chinês no IPM também registou um crescimento exponencial: aumentou cerca de três vezes em tantos anos.
«A partir do ano letivo 2016/2017 começamos a recrutar alunos dos países de língua portuguesa de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Portugal e Brasil, que vêm estudar chinês”» explicou a responsável.
Ao número de alunos lusófonos a aprender chinês que frequentam o ESLT acresce-se todos os anos mais 25 alunos, uma turma do curso de tradução chinês-português do Instituto Politécnico de Leiria (IPL).
A diretora da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Instituto Politécnico de Leiria, Sandrina Milhano, enfatizou a importância desta «oportunidade absolutamente única» para os alunos do IPL, que durante «dois anos têm contacto com a língua e com a cultura chinesa», uma mais valia para «entenderem não só a tradução, mas também a interpretação».
A parceria não se estende somente aos alunos, há também intercâmbio de professores que vão ensinar para os diferentes institutos. «Há o envio de professores de Macau para Leiria e de Leira para Macau e também de Pequim», disse.
Sandrina Milhano acrescentou que existe «um conjunto de protocolos estabelecidos que já remontam há cerca de 13 anos», entre o IPL e o IPM, como por exemplo a publicação de artigos e manuais escolares em conjunto.