Cabo Verde passou a liderar a lista de destinos mais procurados pelos turistas britânicos, segundo informação da agência especializada Travel Supermarket, dois dias depois de o arquipélago ter deixado a “lista vermelha”.
De acordo com a imprensa do Reino Unido, que cita a lista da TravelSupermarket, atualizada depois de 47 países e territórios terem deixado em 11 de outubro a “lista vermelha” britânica, que obrigava a quarentena no regresso devido à covid-19, Cabo Verde lidera entre os destinos de férias mais procurados pelos turistas nacionais para a temporada 2021/2022.
Seguem-se Tenerife, Lanzarote, Costa Blanca (Espanha), Antalya (Turquia), Nova Iorque, Las Vegas (Estados Unidos), Gran Canária, Fuerteventura e Barcelona (Espanha) na lista de destinos mais procurados da TravelSupermarket, que se apresenta como a principal agência britânica de viagens na comparação de preços de férias.
Para o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, são “ótimas notícias” para o arquipélago: “Estamos entusiasmados e convictos de que a retoma do turismo far-se-á em grande. Mais uma vez, Cabo Verde aparece como a preferência dos britânicos, tornando-se o principal destino de férias depois de ter sido removido da ‘lista vermelha’ no início deste mês”.
Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Facebook, Ulisses Correia e Silva acrescentou que o Reino Unido “continua a ser o principal emissor de turistas para Cabo Verde”, cujo peso, antes da pandemia de covid-19, rondava 25% da procura turística global.
“O que nos deixa orgulhosos e engajados em continuar a implementar medidas que posicionam o país como um destino seguro a nível sanitário”, afirmou o primeiro-ministro.
Ao permanecer naquela lista, aos passageiros provenientes de Cabo Verde era imposto à entrada uma quarentena de 10 dias num hotel designado e às custas dos viajantes (apenas permitida a entrada para nacionais britânicos ou estrangeiros residentes), além de dois testes PCR negativos para covid-19, no segundo e oitavo dias da quarentena, o que agora deixa de ser necessário.
Anteriormente, o chefe do Governo tinha classificado o anúncio da saída de Cabo Verde da “lista vermelha” britânica como o “reflexo do bom combate” à pandemia da covid-19.
“Os números estão aí para expressar esses resultados, nós atingiremos próxima semana 80% da população adulta com pelo menos uma vacina [dose]. Estamos a perspetivar que em finais de outubro poderemos atingir 85% [uma dose] e 50% da população com vacinação completa. Quer dizer que o nosso nível de segurança, hoje, permite que possamos nos apresentar internacionalmente como um país que está a controlar a pandemia”, afirmou.
Para Ulisses Correia e Silva, esta decisão é “fundamental” para Cabo Verde, por ser “o maior centro emissor de turistas, particularmente para as ilhas do Sal e da Boavista”.
Quase 200 mil britânicos visitaram Cabo Verde em 2019, praticamente um quarto dos turistas estrangeiros que as unidades hoteleiras do arquipélago receberam em todo o ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano.
De acordo com o estudo estatístico do turismo em Cabo Verde em 2019, as unidades hoteleiras cabo-verdianas receberam um recorde de 819.308 hóspedes, um aumento de 7% face a 2018, e 5.117.403 dormidas, um crescimento também homólogo de 3,7%.
Com 196.557 hóspedes, o mercado britânico voltou a ser o principal emissor de turistas para Cabo Verde, representando 24% do total, liderando também no tempo de estadia, que foi, em média, de 8,1 dias em 2019.
Em 2018, os turistas britânicos que visitaram Cabo Verde representaram 22,7% do total, chegando nesse ano aos 174.078.
Entretanto, desde o início da pandemia de covid-19 que aqueles turistas praticamente desaparecerem de Cabo Verde, face às apertadas regras e limitações impostas pelas autoridades britânicas no regresso ao país.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde, mas está praticamente parado desde março de 2020.