Constância tem com Camões uma muito antiga e arraigada relação de afeto, fundada na plurissecular tradição de que o épico terá vivido na vila durante algum tempo, aqui tendo escrito parte da sua produção poética.
Sobre as ruínas que o povo aponta como tendo sido as da casa que o acolheu, foi erguida a Casa-Memória de Camões que visa perpetuar a memória do poeta em Constância.
Em Constância evocam igualmente o nosso épico o Monumento a Camões do mestre Lagoa Henriques e o Jardim-Horto Camoniano, desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, que apresenta a maior parte das plantas referidas por Camões na sua obra e é considerado um dos mais vivos e singulares monumentos erguidos no mundo a um poeta.
Todos os anos pelo 10 de Junho, Dia de Camões, Constância celebra Camões e a sua relação com ele, realizando as Pomonas Camonianas, uma exposição-venda das flores e dos frutos referidos pelo poeta na sua obra (mercado quinhentista), evocando os tempos em que Camões aqui terá vivido. São protagonistas os alunos dos estabelecimentos de ensino do concelho, dos jardins-de-infância à escola secundária, que, com a colaboração dos seus professores, dos pais e encarregados de educação, das animadoras e do pessoal não docente, representam figuras da época, animam o mercado, declamam poesia e apresentam danças quinhentistas, numa manifestação festiva de apropriação coletiva da memória de Camões.
Monumento a Camões e Jardim-Horto de Camões
Virado ao Zêzere, como que olhando o correr das águas a caminho do Tejo, Camões parece ter aqui ficado, sempre jovem, desde os tempos em que terá vivido em Punhete (agora Constância). Quem o visita, muitas vezes faz-lhe carinhosamente um afago ou deixa-lhe f lores. O monumento, de mestre Lagoa Henriques, foi inaugurado pelo Presidente da República, General Ramalho Eanes, em 1981.
O Jardim-Horto de Camões é um monumento vivo ao maior dos nossos poetas, através das plantas por ele mencionadas na sua obra – na lírica e n’Os Lusíadas – num total de mais de 50 espécies. A disposição geométrica dos canteiros está relacionada com os jardins palacianos do século XVI, o século em que o épico viveu, dividindo o espaço em jardim à inglesa e jardim à francesa. Foi desenhado pelo prestigiado arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles e inaugurado pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares, em abril de 1990. Beneficiou de importantes melhoramentos a partir de 2019.
Casa-Memória de Camões
Uma muito antiga tradição de Constância, passada de geração em geração, afirma que Camões aqui terá vivido durante algum tempo, em cumprimento de uma pena a que fora condenado, apontando umas ruínas à beira do Tejo como tendo sido a casa que acolheu o épico.
Essa tradição ganhou expressão nacional graças ao empenho do Dr. Adriano Burguete, médico constanciense que, nos meados do século passado, se esforçou por demonstrar a veracidade da tradição popular, e ao trabalho e persistência de Manuela de Azevedo, jornalista, que dedicou a maior parte da sua vida a esta causa.
As ruínas da casa quinhentista foram classificadas como imóvel de interesse público em 1983. Sobre elas, depois de consolidadas, foi erguida a Casa-Memória de Camões, segundo projeto da Faculdade de Arquitetura de Lisboa.
Em 2019, a Casa-Memória de Camões em Constância, foi declarada de “interesse cultural” pelo Ministério da Cultura.