Empresário madeirense é suspeito de crimes como burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Joe Berardo foi detido esta manhã por fraude à Caixa Geral de Depósitos, na sequência de um mandado emitido pela Polícia Judiciária e o Ministério Público. O empresário deverá ser ouvido pelo juíz Carlos Alexandre nas próximas 48 horas.
Conforme avança a TVI24, o empresário madeirense é suspeito dos crimes de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.
Entretanto, em comunicado, a Polícia Judiciária adianta que desencadeou hoje, em Lisboa, no Funchal e em Sesimbra, uma operação que envolveu 180 profissionais.
“Foram efetuadas 51 buscas, sendo, 22 buscas domiciliárias, 25 buscas não domiciliárias, três buscas em instituição bancária e uma busca em escritório de advogado”, acrescenta o documento.
Em causa está a forma como Joe Berardo conseguiu obter, em 2006, empréstimos da Caixa Geral de Depósitos que, em 2015, ainda revelavam uma exposição do banco público à Fundação Berardo na ordem dos 268 milhões de euros em créditos malparados.
Joe Berardo terá montado um esquema de dissipação de património e dinheiro, através de empresas-veículo, para conseguir escapar aos credores: além da Caixa, deve ainda milhões de euros a outros bancos.
Só o banco público concedeu a Joe Berardo um crédito de 350 milhões de euros para compra de ações do BCP, que logo depois desvalorizaram. De acordo com a investigação, esses empréstimos foram conseguidos através de uma relação privilegiada com o Governo, que na altura era liderado por José Sócrates.
O Ministério Público estabelece ainda uma relação entre a concessão desses créditos e o facto de ter sido celebrado com o Governo um acordo para que 862 obras de arte da fundação Berardo fossem expostas no Centro Cultural de Belém.