A Nigéria deu mais um passo no sentido da construção de um gasoduto para alimentar com gás a Europa e a África Ocidental, anunciou o ministro do petróleo daquele país africano, citado pela agência Lusa.
O megaprojeto, que prevê a construção de um gasoduto de quase 7.000 quilómetros de comprimento ao longo da costa ocidental africana, incluindo a Guiné-Bissau, foi lançado em dezembro de 2016 pelo Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, e o rei de Marrocos, Mohammed VI.
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, as reservas africanas de gás são vistas na Europa como uma verdadeira alternativa ao gás russo.
O ministro do Petróleo nigeriano, Timipre Silva, informou que o governo federal deu “o seu acordo para que a companhia petrolífera nigeriana [NNPC] conclua um acordo com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO] para a construção” do gasoduto.
Segundo o governante, o projeto ainda está “num estádio de concepção técnica inicial”, que deverá determinar, entre outros, o seu custo. “É nesse momento que falaremos de financiamento”, disse.
O projeto prevê a extensão do gasoduto existente desde 2010 entre a Nigéria, o Benim, o Togo e o Gana, devendo agora alargar-se à Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal, Mauritânia, Marrocos e Espanha.
O encaminhamento do gás nigeriano até ao Norte de África envolve muitos interesses e também a Argélia lançou discussões, em 2002, para um projecto semelhante através do Sahel.
A Nigéria, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), dispõe de enormes reservas de gás, as maiores de África e as sétimas a nível mundial.