Numa sessão plenária da Assembleia Legislativa de Macau dedicada a perguntas dos deputados, Ho Iat Seng sublinhou que, das 77 escolas do ensino básico, 36 têm aulas de língua portuguesa, “um aumento significativo em relação há dez anos”.
O chefe do Executivo defendeu que a promoção da língua portuguesa é “uma responsabilidade do setor da educação”, mas admitiu que as escolas “não são obrigadas” a ensinar português, até porque “isso exige muitos fatores”, incluindo a disponibilidade de docentes.
Ho recordou que, durante uma deslocação a Portugal em maio, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, encontrou-se com o Ministério da Educação português para “melhorar a qualificação dos professores”.
“Queremos reforçar a qualificação dos professores para formar quadros bilingues em chinês e português em Macau”, disse o líder do Governo, sublinhando que Pequim quer que a região sirva de plataforma com os países lusófonos.
Ho Iat Seng lamentou que, “em anos recentes, devido à pandemia de covid-19, haja menos estudantes a estudar em Portugal”, mas garantiu que o número de alunos de Macau em universidades portugueses já está em recuperação.
O chefe do Executivo encontrou-se com estudantes de Macau durante uma visita a Portugal, em abril, e disse que o número de alunos “prova que o português é ainda muito importante para as novas gerações”.
Ho mostrou-se otimista no regresso dos jovens após a conclusão dos seus estudos, lembrando que “os salários em Portugal não são tão altos como em Macau”.
De acordo com dados oficiais, o salário medio na região chinesa era de 17 mil patacas (cerca de 1.920 euros) no segundo trimestre deste ano, enquanto em Portugal o salário médio era de 1.355 euros, no primeiro trimestre de 2023.
Em julho, Elsie Ao anunciou o lançamento, no próximo ano, de um programa de formação da língua portuguesa, com uma duração de quatro anos, para criar “mais cedo, uma boa base” para os estudantes que pretendam prosseguir estudos em Portugal.