A reforma consular que está a ser preparada pelo Governo permitirá a cada pessoa “ter um consulado no telemóvel”, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, perante membros da comunidade portuguesa em Nova Iorque.
O primeiro-ministro falava numa receção na residência oficial da representante permanente de Portugal junto da ONU, a embaixadora Ana Paula Zacarias, na noite de terça-feira em Nova Iorque, já esta madrugada em Lisboa.
Num discurso de cinco minutos, António Costa defendeu que “é fundamental estreitar cada vez mais as relações” entre os portugueses que residem em Portugal e os que estão espalhados pelo mundo, “laços que é fundamental manter e conseguir promover a sua passagem de geração em geração”.
A este propósito, falou sobre “o trabalho que está a ser preparado” para a digitalização e desmaterialização do sistema consular: “Uma reforma consular que permita não só aos consulados funcionarem em melhores condições fisicamente, mas também para que possamos ter cada um de nós um consulado no seu telemóvel”.
“É um esforço muito grande que tem de ser feito, mas temos de conseguir, para que possamos utilizar as novas ferramentas tecnológicas para podermos estar todos mais juntos”, acrescentou o primeiro-ministro.
Na intervenção, António Costa deixou “uma palavra de reconhecimento” à comunidade portuguesa em Nova Iorque, apontando os emigrantes como “o melhor rosto de representação” do país no estrangeiro, “sem desprimor” para os diplomatas.
O primeiro-ministro realçou as alterações “muito importantes” à lei para aquisição de nacionalidade por lusodescendentes.
Em 10 de setembro, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse que o Governo tinha planeado, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “o consulado virtual estar em funcionamento em 2026”, mas quer antecipar esse prazo.
Segundo Paulo Cafôfo, o Governo pretende que “no próximo dia 10 de junho este consulado virtual esteja já operacional e ao serviço dos portugueses e portuguesas que vivem no estrangeiro”, que assim poderão tratar de alguns assuntos “pela via digital”.
Em entrevista à RTP Internacional, o governante assinalou que esta reorganização “implica diversas áreas governativas, que precisam de estar articuladas”.