Conquanto não esteja esclarecido quem desembarcou no Canadá antes da histórica viagem de John Cabot, em 1497, julga-se que Diogo de Teive, que partiu de Lisboa em 1452, tenha previamente explorado a costa leste do continente.
A sua exploração terá eventualmente influenciado figuras como a de Cristóvão Colombo. Encontra-se bem documentado que o explorador português Gaspar Corte-Real desembarcou na Terra Nova em 1501. A sua estátua ergue-se orgulhosamente na St. John’s, Newfoundland (Terra Nova), de hoje.
Provas da presença portuguesa são evidentes pelos nomes de origem portuguesa em muitos locais do Canadá Atlântico. Porventura, com maior notoriedade é o nome Labrador que se julga haver sido escolhido em honra de João Fernandes, um lavrador.
Alguns historiadores mantêm que, depois dos vikings, a primeira tentativa do estabelecimento de uma colónia permanente no Canadá foi levada a cabo pelo navegador Álvares Fagundes, por volta de 1520.
A localização deste estabelecimento nunca foi determinada, mas crê-se que tenha sido algures em Cape Breton. Ainda que nenhumas comunidades permanentes restem, a presença portuguesa no Canadá Atlântico permanece até aos dias de hoje por via dos pescadores do bacalhau nos Grandes Bancos.
Foi com as “mãos calejadas” que muitos portugueses enfrentaram os seus primeiros anos de Canadá. Quase 60.000 chegaram na década de 60. Outros 80.000 se lhes seguiram na de 70, com o apogeu de 16,333 em 1974. Na década de 80, à medida que Portugal ia conhecendo uma maior prosperidade, os números começaram a decrescer. Ao todo, apenas 38.187 aqui chegaram nesse decénio.
Estabeleceram-se em todas as regiões, mas particularmente nos centros urbanos do Ontário e em Montreal. Com o tempo, muitos foram-se integrando na sociedade mainstream mas sem deixarem de procurar atenuar a sua saudade, esse sentimento único de que os portugueses se deixam caracteristicamente tomar. É nesse período que muitos clubes culturais e associações recreativas se formam. A Igreja Católica foi preponderante na vida social e religiosa.
Nalgumas cidades, os portugueses foram suficientemente numerosos para ser capazes de formar “Pequenos Portugais”, bairros onde o sabor distinto é português, como no caso de Toronto, logo a ocidente do coração da cidade.
Em 2003, cinquenta anos depois da primeira onda de imigração “oficial” de Portugal, este fluxo pode voltar a ser descrito como “um fio de água”.
Ao fim, calcula-se em 400.000 o número de portugueses nados ou descendentes a viver no Canadá, fazendo da comunidade uma das etnias mais numerosas do país. Como todos os outros grupos étnicos no Canadá, os portugueses ajudaram a enriquecer a arte, o desporto, a política, os negócios, a ciência, a culinária e muito mais.
Pode dizer-se que os portugueses que aqui vivem se desfizeram das suas raízes e criaram uma cultura Luso-Canadiana maravilhosamente inovadora, uma das muitas peças que constituem a beleza que é o mosaico canadiano.
Representações diplomáticas e consulares no Canadá:
Embaixada de Portugal em Otava
https://otava.embaixadaportugal.mne.gov.pt/
Consulado Geral de Portugal em Montreal
https://montreal.consuladoportugal.mne.gov.pt/
Consulado Geral de Portugal em Toronto
https://toronto.consuladoportugal.mne.gov.pt/
Consulado Geral de Portugal em Vancouver
https://vancouver.consuladoportugal.mne.gov.pt/