A ministra da Defesa, Helena Carreiras, remeteu, agora, a revisão de carreiras militares para “momento seguinte” às conversações sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2023.
A declaração da ministra, quinta-feira, surge na sequência de críticas das associações de oficiais, sargentos e praças da Forças Armadas, que disseram, quarta-feira (13), desconhecer a existência de negociações sobre aumentos salariais. A ministra deve estar a negociar com “alguma entidade celestial”, disse o tenente-coronel António Mota.
A ministra Helena Carreiras disse esta semana no parlamento que tem tido “conversas com as associações”. “Eu tenho tido conversas com as associações. Penso que houve algum mal-entendido e eu referia-me às conversações em curso no âmbito da administração pública com as estruturas sindicais a propósito dos salários”, afirmou Helena Carreiras, ao ser questionada, quinta-feira, pelos jornalistas sobre críticas de associações militares, que adiantaram desconhecer quaisquer negociações sobre aumentos e reclamaram esclarecimentos. Afinal, segundo a ministra, existiu “algum mal-entendido”.
“Eu tenho tido conversas com as associações. Penso que houve algum mal-entendido e eu referia-me às conversações em curso no âmbito da administração pública com as estruturas sindicais a propósito dos salários”, afirmou Helena Carreiras, ao ser questionada pelos jornalistas sobre críticas de associações militares, que adiantaram desconhecer quaisquer negociações sobre aumentos e reclamaram esclarecimentos.
Ouvido pela agência Lusa, o tenente-coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), disse não ter sido contactado pelo governo: “A senhora ministra estará a negociar com alguma entidade celestial ou se calhar com alguém lá do seu gabinete, o secretário de Estado”.
“Ou a senhora ministra está completamente equivocada naquilo que está a dizer, ou a informaram mal”, continuou, para acrescentar que “é urgente dotar as associações profissionais de militares dos direitos de negociação coletiva e representação coletiva”.
A proposta de Orçamento do Estado para 2023 prevê uma despesa total consolidada para a Defesa de 2.584,9 milhões de euros, incluindo, na rubrica de “despesas com pessoal” 1.147,5 milhões.
Por sua vez, o sargento António Lima Coelho, da Associação Nacional de Sargentos (ANS), afirmou não ter sido informado de quaisquer negociações, mostrando interesse em perceber “com quem é que a senhora ministra efetivamente” tem falado.
“É muito grave que um membro do governo afirme uma coisa destas quando sabe que não está a falar a verdade. Ou então, é bom que esclareça com quem, em que âmbito e com que dimensão é que estão a decorrer as tais ditas negociações”, sustentou.
O cabo-mor Paulo Amaral, presidente da Associação de Praças (AP), exprimiu igualmente “estranheza e estupefação”: “Não sei onde é que a senhora ministra tem essa informação ou com quem é que a senhora ministra está a negociar e seria importante ouvir da senhora ministra quais são as entidades, as instituições com quem está a negociar a questão dos aumentos salariais”.