A cerimónia que registou o momento em que o compromisso foi lavrado teve lugar na manhã de quarta-feira (7), altura em que foi entregue a primeira tranche de 250.000 dólares à organização que tem como missão social construir um lar para idosos que preserve a cultura e a língua portuguesa dos seus utentes.
Acompanhado pelo seu quadro executivo, o administrador da “183”, Jack Oliveira, reforçou que “a responsabilidade social é um pilar de actuação” do sindicato que dirige, esclarecendo que a partir de agora e todos anos até 2026, o sindicato doará, com base no dinheiro angariado através do seu Torneio de Golfe Anual e que se destina a causas sociais, 250.000 dólares, até perfazer um milhão de dólares.
“Quero registar que o bem-estar da comunidade é também do nosso interesse”, esclareceu o sindicalista canadiano que, em declarações ao jornal Sol Português, prognosticou que o lar provavelmente virá a atrair utentes que são sócios do sindicato.
“Tenho a certeza de que temos muitos pensionistas da LIUNA que, sendo portugueses, um dia poderão fazer parte deste lar como utentes, e onde a sua língua e a sua pátria serão sempre lembradas”, destacou Jack Oliveira.
Ainda no decorrer da sessão rápida, mas carregada de simbolismo, que formalizou a entrega do donativo, o dirigente da LIUNA Local 183 fez questão de realçar que “fazer o bem aos outros é contribuir para o nosso bem”, adiantando esperar que mais pessoas se juntem a esta causa e juntos se consiga “erguer um sonho”.
Um dos diretores da instituição Magalhães, Manuel da Costa, destacou a importância deste donativo que fez elevar o patamar dos orçamentos obtidos “para além dos 50%”. “Estamos a caminhar, estamos a andar e estamos ultimamente a receber muitos donativos, de pessoas, empresas e instituições que nunca pensaríamos que viessem a apoiar a iniciativa”, afirmou.
“Isso, faz manter vivo o nosso sonho e espero que muitos, luso-canadianos ou não, se juntem e nos apoiem”, frisou, assegurando ao nosso jornal que a primeira pedra da construção vai ser colocada já em Março e os primeiros utentes do lar poderão começar a ocupar a futura “Casa Magalhães” durante o ano de 2025.
“Estamos a ultrapassar todos os impedimentos, estamos a ultrapassar todos as autorizações que têm de ser dadas e presumo que em Março de 2023, depois do Inverno, veremos todos começar a nascer o nosso lar de idosos bem português”, referiu.
O dirigente da Instituição Magalhães lançou o repto para que se juntem todos em torno desta ambição da comunidade, mas deu a entender claramente que vê ainda muita gente questionar o projeto.
“É normal que a comunidade seja desconfiada” – reconhece – “mas já temos mais de 50% do financiamento e vamos avançar”, garantiu, concluindo que “assim, quando a obra começar a nascer, espero que outros se juntem a nós”.
Em homenagem ao navegador Fernão de Magalhães, a Instituição de Caridade Comunitária Magalhães pretende inaugurar um centro com capacidade para 320 idosos, numa altura em que se assinalam 500 anos da sua histórica viagem de circum-navegação.
O projeto, orçado em 85 milhões de dólares, será financiado através de donativos e empréstimos concedidos por instituições financeiras, a par dos apoios recebidos dos diferentes níveis de governação (federal, provincial e municipal).
O futuro lar para idosos ficará localizado no número 640 da Lansdowne Avenue, num terreno cedido para o efeito pela Câmara Municipal de Toronto.
O projeto para a construção da instituição, que os seus promotores designam como a “Casa Portuguesa Magalhães”, foi colocado à apreciação dos moradores que residem na zona sem que se tivesse registado qualquer oposição ou levantado alguma dúvida.