“Medidas anunciadas pelo Governo ignoram proteção gerada pela vacina e vão gerar mais dificuldades económicas e sociais aos portugueses”, reage a CIP, depois de o governo anunciar o travão à reabertura.
“A redução do horário de funcionamento dos espaços comerciais em várias regiões do país, anunciada pelo governo, vai agravar ainda mais os prejuízos das empresas que operam nas três áreas afetadas; prejuízos que se juntam aos acumulados ao longo de mais de um ano.”
A conclusão é da CIP, que lamenta a decisão do governo numa altura em que a vacinação para a covid decorre a bom ritmo, designadamente entre os mais velhos e os grupos de risco, estando já a decorrer o agendamento para as pessoas com mais de 35 anos – “com uma redução drástica da mortalidade, da doença grave e dos internamentos”.
Reconhecendo as boas intenções por trás das medidas, a confederação dos patrões, liderada por António Saraiva, não pode deixar de considerar que a decisão tomada é “claramente desproporcional face ao risco”, com efeitos que serão dramáticos para a economia.
“A defesa da saúde pública exige decisões firmes — mas justificadas”, defende a CIP, considerando que a matriz de risco se encontra “factualmente ultrapassada, por não incorporar o efeito provocado pelo escudo de defesa gerado pela vacina” e que a interpretação política que resulta dessa matriz “sobrevaloriza as informações que dão conta do número de infetados” por si só.
E lembra que a redução dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais gera um evidente efeito indesejável, que aliás tem sido sublinhado desde o início, por diferentes associações: “concentra as pessoas nos mesmos espaços às mesmas horas, isto é, aumenta o risco”.
“A doença que afeta a economia portuguesa não está a ser resolvida, apesar de o país se ter habituado a viver neste contexto de incerteza e dificuldade. É, no entanto, fundamental que todos percebam, em especial os decisores políticos, mas também todos os portugueses, que o preço a pagar será muito elevado. A queda do PIB português terá consequências graves do ponto de vista da dívida pública e da fiscalidade, um sobrepeso que tolhe os movimentos das pessoas e afeta a atividade das empresas”, reage a CIP.
A Confederação Empresarial de Portugal considera que a saúde pública deve ser defendida, mas não através das “medidas anunciadas que parecem ser o prelúdio para mais confinamentos” que acabarão por “asfixiar a atividade económica de Portugal”.