O primeiro-ministro, António Costa, considera que as metas de Portugal para combater o aquecimento global são ambiciosas mas que o país tem conseguido cumpri-las e até antecipá-las.
António Costa discursou esta terça-feira perante a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), a decorrer no Egito, para transmitir que Portugal não abranda metas ambientais por causa da crise energética e até antecipa para 2045 o objetivo da neutralidade carbónica.
“Portugal não perde de vista os seus compromissos. As nossas metas são ambiciosas, mas temos conseguido cumpri-las e até antecipá-las. Não podemos recuar nos nossos compromissos”, assegurou o primeiro-ministro.
“O objetivo não é somente alcançarmos a neutralidade carbónica em 2050 – e fomos o primeiro país do mundo a assumir essa meta na COP de Marraquexe [em 2016] -, mas também fazermos tudo para antecipar para 2045 esse resultado”, declarou António Costa na segunda-feira, quando falava `à agência Lusa e RTP sobre os seus principais objetivos para esta cimeira do clima.
De acordo com o líder do executivo português, o país está em condições de assumir essa nova meta de atingir a neutralidade carbónica e 2045 e não apenas em 2050, já que conseguiu em dois anos encerrar as suas centrais a carvão, está a acelerar toda a sua transição energética e possui “uma política sustentada de investimento no transporte público urbano e na ferrovia à escala nacional”.
António Costa apontou também que Portugal definiu “uma estratégia nacional para o hidrogénio que vai auxiliar a indústria, até hoje bastante dependente do gás natural”. Este tema do hidrogénio verde, de resto, estará esta terça-feira na agenda do líder do executivo português, quando participar numa mesa-redonda sobre o tema das novas energias.
Em matéria de cumprimento de metas ambientais, o primeiro-ministro reconhece as dificuldades levantadas por uma conjuntura de guerra na Ucrânia e de elevada inflação, mas entende que a estratégia nacional passa por acelerar e não por abrandar a aposta nas energias renováveis.
Outra das prioridades de António Costa passa pela “urgência” de aumentar a cooperação internacional sobre a escassez de água e contra a seca, tendo já manifestado publicamente “apoio total” à iniciativa conjuntura de Espanha e do Senegal para a criação de uma plataforma de cooperação em torno deste tema.