Marcos Rodrigues, eleito na terça-feira para um mandato de quatro anos, disse que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) “tem de passar das palavras aos atos e ao que é mais importante” e que se houver um “tácito entendimento político” entre os estados-membros da CPLP, é preciso “passar para as questões económicas, que é o que importa”.
“Um banco de desenvolvimento é significativo para que possamos criar oportunidades para as empresas e, sem esse instrumento, cada país enfrenta grandes dificuldades”, afirmou.
A formação profissional e o ensino superior, as ligações aéreas e marítimas diretas entre os países da CPLP – “que é um dos grandes vetores de desenvolvimento e continua a ser um dos maiores problemas por resolver” – e o instrumento económico e financeiro dedicado às empresas lusófonas são os veículos para “dar uma nova alma à confederação e aos empresários” da comunidade, disse.
“Se queremos colocar um produto desenvolvido em Angola em Cabo Verde, não temos uma linha marítima direta para fazer essa ligação. No transporte aéreo, não podemos ligar Cabo Verde, Guiné, São Tomé, Angola e Moçambique via linhas aéreas diretas, o que significa que as pessoas têm de se deslocar até Portugal para chegar a qualquer um destes destinos”, deu como exemplo.
“São grandes estrangulamentos que devem ser resolvidos a curto prazo porque, sem atividade económica no espaço, realmente não há vida na CPLP”, acrescentou o empresário cabo-verdiano.
Estes constrangimentos só poderão ser resolvidos se os membros da CPLP “assumirem parte da responsabilidade, colocando companhias aéreas de países com mais recursos em parcerias com companhias aéreas de países com menos recursos, para viabilizar as ligações”, sugeriu o atual presidente do Sotavento Câmara de Comércio e Conselho Superior das Câmaras de Comércio e Turismo de Cabo Verde.
“Por exemplo, a TAAG tem um potencial enorme e pode ajudar países como São Tomé, Guiné e Cabo Verde; a TAP também tem esse potencial e já liga Portugal aos outros países da CPLP, mas faltam-nos estados interafricanos. rapidamente tanto no transporte marítimo como no aéreo”, referiu, acrescentando que sem os transportes, o instrumento financeiro e a formação e educação, “não há condições para materializar o desenvolvimento da CPLP”.