Intervenção de Paulo Pisco no âmbito da discussão das moções de orientação geral.
Paulo Pisco, deputado socialista eleito pelo círculo da Europa, explicou, durante o Congresso do PS, que “a relação com os portugueses e lusodescendentes que estão fora do país não é fácil, não apenas por causa da distância e dispersão, mas acima de tudo porque não os conhecemos suficientemente bem. Daí a necessidade de fazer um mapeamento das comunidades portuguesas para as conhecer melhor nas suas diferentes perspetivas e para saber melhor quais são as suas expetativas em relação ao país de acolhimento e em relação a Portugal, proposta que também faço num relatório do Conselho da europa de que sou autor”.
Segundo o deputado, “devemos orgulhar-nos e valorizar o facto de Portugal ser um dos países referência a nível mundial com melhores estruturas políticas e administrativas para lidar com a sua diáspora, em virtude da forma como valoriza as suas comunidades através da sua representação no Parlamento, no Governo e na Constituição da República. Creio que, por isso mesmo, temos responsabilidades acrescidas que considero que seria da maior importância sabermos honrar”. E destacou: “Este trabalho de conhecer melhor as nossas comunidades deveria mobilizar não apenas o governo, mas também o parlamento, as universidades, as autarquias, o Observatório da Emigração, e as nossas missões diplomáticas e consulares. Melhores políticas para as comunidades são um fator determinante de desenvolvimento para o nosso país, como se vê, por exemplo, pelo programa regressar, pelo Plano Nacional de Investimentos da Diáspora ou da quota de 7 por cento para os filhos de emigrantes acederem ao ensino superior em Portugal.
Para o também coordenador na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o projeto que se insere nos objetivos da transição digital é o Museu Nacional da Emigração ou da Diáspora.
“Este Museu Nacional da Emigração tem uma dimensão humana que poucos museus terão no nosso país e poderia ser criado à semelhança do Epic Museum, o museu da emigração irlandesa, que está em Dublin e é inteiramente digital. Também Portugal deveria ter um grande museu que honrasse e retratasse a história e a memória da nossa emigração e do seu importantíssimo legado humano, cultural, patrimonial e linguístico, associado a outros polos museológicos existentes no país e no estrangeiro”, afirmou, considerando que, “seria um sucesso entre os milhões de portugueses e lusodescendentes, desejosos de conhecer as suas raízes e origens. Seria também um poderoso dinamizador cultural, económico, turístico e académico. E, neste contexto, Matosinhos está particularmente bem colocado pelo seu projeto, vontade política, centralidade e conceito. Só falta concretizar.”