A dívida direta do Estado aumentou 12,9 mil milhões de euros em dezembro, para quase 287 mil milhões de euros. É um valor recorde. Nunca o Estado esteve tão endividado e desde setembro de 2011 que não se endividava tanto num só mês.
Os dados recentemente divulgados pela Agência de Gestão da Dívida Pública (IGCP), no boletim mensal de janeiro, revelam que apesar de o Governo ter conseguido reduzir o fardo da dívida entre janeiro e novembro num ritmo médio mensal de 1,5%, o disparo de 4,7% registada em dezembro anulou por completo todo o esforço feito ao longo do ano.
O incremento extraordinário da dívida direta do Estado em dezembro é explicado pela forte emissão de Certificados de Aforro, que se cifrou em 18,85 mil milhões de euros, e pela emissão de 16,6 mil milhões de euros de Certificados Especiais de Dívida de Curto Prazo (CEDIC), no sentido de permitir que várias entidades públicas não transitassem para 2023 com dívidas que venciam em 2022.