O grupo chinês Sunshine inaugurou esta semana, em Viana (Luanda), uma fábrica de contadores de eletricidade e água, com capacidade para produzir 400 mil unidades por ano, num investimento de 15 milhões de euros.
Michael Chen, responsável da subsidiária da Sunshine, Métricas Soluções, revelou aos jornalistas que esta é a primeira fase de um investimento total de 23 milhões de euros.
A unidade fabril iniciou atividade com cerca de 40 técnicos angolanos, mas quando arrancar a fase de produção deverá ter mais de 600 trabalhadores locais, podendo produzir até 400 mil contadores, que poderá variar de acordo com a procura.
Presente na inauguração, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, assinalou que a fábrica de contadores é um passo importante para resolver problemas de faturação e melhorar a arrecadação de receitas das empresas públicas angolanas de eletricidade (ENDE) e água (EPAL).
“Muitos de nós têm razoes para reclamar porque as faturas nem sempre refletem os consumos, não se fazem leituras, não existe contador, ou seja, este projeto vai cobrir um défice significativo que há hoje em termos de capacidade de oferta de contadores fabricados localmente”, permitindo igualmente “melhorar a arrecadação” de receitas, disse.
O governante destacou, por outro lado, que os consumidores poderão gerir os seus consumos, à medida das suas possibilidades já que se trata de uma tecnologia pré-paga.
O ministro acrescentou que, além da criação de postos de trabalho, sobretudo para jovens, o projeto irá estimular atividades relacionadas com este negócio e facilitar a reparação dos contadores, pois a tecnologia é produzida localmente.
O ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernandes, realçou, por outro lado, que este investimento privado “em contraciclo” com a economia angolana mostra que é possível gerar mais-valias e postos de trabalho.
“É um sinal para que todos os intervenientes na cadeia de valor destes materiais possam estar confiantes de que estarão num mercado onde é possível desenvolverem a sua atividade e gerarem riqueza e, naturalmente, aumentar o nosso crescimento económico”, salientou.
Victor Fernandes adiantou ainda que o executivo já recebeu três intenções de investimento no setor dos cabos elétricos na Zona Económica Especial (ZEE) que, “se tudo correr bem”, podem avançar no próximo ano.