No período de declarações políticas, na Assembleia da República, o líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, centrou a sua intervenção nos últimos sete anos de governação socialista e pegou em alguns dados dos Censos de 2021.
O dirigente liberal alertou para uma “verdadeira fuga de cérebros” do país, salientando que “Portugal é hoje o país da União Europeia com mais emigrantes em proporção da população residente”.
“Jovens mais informados e qualificados do que a geração anterior, procuram outros destinos exatamente porquê? Por saberem que aqui só os espera o imobilismo, mais do mesmo com o elevador social avariado, um país onde o mérito é pouco reconhecido e o fruto do trabalho é taxado em excesso”, defendeu, acrescentando que “voar baixinho parece ser mesmo o lema deste PS de António Costa”.
Alertando também para os problemas de saúde mental que afetam a população mais jovem, Rodrigo Saraiva criticou a “máquina tributária comandada pelos socialistas” que “consegue arrecadar cada vez mais receitas fiscais à custa do empobrecimento do que resta da classe média”.
Lembrando as cheias em Lisboa de 2014, altura em que António Costa era presidente desta autarquia, Rodrigo Saraiva atirou: “Na altura, Costa atribuiu a culpa aos caprichos de São Pedro. Disse então: ‘São Pedro goza de um estatuto de imunidade que está acima das responsabilidades’. Mostrou o seu estilo de fazer política, empurrar os problemas com a barriga, trocando o debate sério por graçolas”.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, defendeu que a IL “é muito boa a apresentar o problema, mas muito abstrata a apresentar a solução”, salientando que muitos jovens emigram “porque os salários são 800 euros e as rendas 700 euros” e “em ambos os casos é o mercado que os condena a isso”.
“A solução da IL é indizível porque os mercados são os baixos salários, as rendas altas e a emigração dos jovens, essa é a única consequência lógica para as propostas da IL”, atirou.
Pelo Livre, o deputado único Rui Tavares salientou a importância da fiscalidade progressiva e da capacidade de fornecer serviços públicos de qualidade como fatores de atratividade da população no país.